Estudo de fatores ambientais associados à transmissão da leishmaniose tegumentar americana através de sensoriamento remoto orbital e sistema de informação geográfica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Costa, Antonio Ismael Paulino da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-24032021-081753/
Resumo: Objetivo. Este trabalho teve o objetivo de identificar fatores ambientais associados à ocorrência de leishmaniose tegumentar americana (LTA) no município de Itapira, SP e através de sua análise à luz dos conhecimentos difundidos sobre a epidemiologia desta doença, estabelecer parâmetros ambientais para os estudos ecológicos dos ciclos de transmissão desta doença. Métodos. Este estudo foi realizado no município de Itapira, SP, tendo como base casos autóctones de leishmaniose tegumentar americana, notificados a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, entre 1992 e 1998. Foram utilizadas técnicas de classificação digital das imagens de sensoriamento remoto TM/Landsat-7, GPS (Global Positioning System) e cartografia ambiental para compor a base de dados referente à vegetação arbórea, localização das residências nos locais de provável transmissão de casos humanos, hidrografia e relevo. Dados de presença de espécies de flebotomíneos em alguns locais de provável transmissão (LPLPT) foram obtidos de coletas realizadas pela SUCEN para verificação de autoctonia dos casos e de coletas adicionais. Os diferentes planos de informação foram integrados e analisados através do programa Idrisi32. Resultados. Fragmentos de matas residuais estavam presentes em 19 dos 20 LPTs considerados. Em 9 destes locais, as matas situavam-se a menos de 200m das residências dos LPT e nos 11 restantes esta distância era no máximo de 430m, aproximadamente. A área mínima total de matas associadas a um LPT era de aproximadamente 1ha e a máxima de cerca de 440ha. Na grande maioria dos casos, 20% ou mais das áreas dos LPTs eram recobertos por vegetação arbórea. As maiores concentrações de matas associadas aos LPT (44%) localizavam-se nas altitudes acima de 801m e declividade superior a 10 graus. As residências nos LPT situavam-se, em sua maioria (80%), em áreas de até 700m de altitude e de pouca declividade mas, na maioria das vezes, a área peridomiciliar que constitui o LPT atingia declividades mais acentuadas, onde em geral estão localizadas as matas. Conclusões. A presença de fragmentos de matas medindo pelo menos 1ha, situadas a uma distância de até 430m das residências, assim como a existência de vegetação arbórea menos densa nas áreas peridomiciliares, parecem encerrar condições de transmissão domiciliar ao homem, indicando a dependência deste modo de transmissão em relação ao ciclo silvestre. Estas condições ambientais não favorecem a hipótese da existência de um ciclo domiciliar propriamente dito. A metodologia utilizada mostrou ser uma importante ferramenta na identificação e mensuração de fatores ambientais associados a LTA e deverão ser fundamentais para novas pesquisas ecológicas sobre seus ciclos de transmissão.