Comparação de dois processos de esterilização de respiradores PFF reusados durante a pandemia da COVID-19: estudo experimental laboratorial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Costa, Daniela Galdino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-03092024-125434/
Resumo: Introdução: A pandemia da COVID-19 produziu formas graves de pneumonia. A alta demanda de pacientes necessitando de assistência colocou os trabalhadores de saúde expostos a riscos de contaminação por tal doença. Para a prevenção da infecção e da transmissão da COVID-19 nos profissionais de saúde é recomendada a precaução por aerossóis com uso de respiradores PFF, que estiveram escassos nas primeiras ondas da pandemia. Os pesquisadores passaram a investigar processos de esterilização desses respiradores PFF para tentar mitigar futuras escassezes, com alternativas para prolongar o tempo de uso do mesmo respirador PFF, pelo mesmo profissional ou não, sem comprometimento da segurança laboral. Objetivo: Estimar a proporção de respiradores PFF sem alterações nas características físicas aparentes por intervalos de uso estendido e reúso de 15 e 30 dias, sem nenhum processo de esterilização; comparar a eficácia de dois processos de esterilização (grupo com-limpeza e grupo sem-limpeza) de respiradores PFF em relação às características físicas aparentes, presença de microrganismos e nível de filtração. Método: Foi coletado 1055 respiradores PFF em três hospitais, após uso estendido e reúso de 15 e 30 dias, considerou-se um nível de confiança de 0,95 e margem de erro de 0,03 para calcular a amostra. O estudo foi dividido em duas fases, na fase I foi analisada as características físicas aparentes e nível de filtração sem nenhum processo de esterilização; na fase II a amostra elegível, 100 respiradores PFF, foi aleatorizada em dois grupos, e submetidas a dois processos de esterilização por gás plasma de peróxido de hidrogênio, um com limpeza prévia à esterilização e o outro sem. Os respiradores do grupo com limpeza foram submetidos a limpeza mecanizada com lavadora ultrassônica e secos em secadora de traqueias. A análise do desempenho do nível de filtração antes e após a esterilização foi realizada com um equipamento experimental em laboratório de fotônica. Resultados: Quanto às características físicas dos respiradores PFF, em mais de 85% da amostra o clipe nasal estava fixado, a elasticidade do tirante estava preservada e sem rasgos. A sujidade esteve presente em mais de 78%, o que foi responsável pelo descarte de 831 respiradores PFF para a segunda fase. Na análise do nível de filtração sem nenhum processo de esterilização, 61% dos respiradores PFF filtraram 94% ou mais das partículas de aerossóis. Nenhum respirador PFF após uso estendido e reúso de 15 e 30 dias, submetidos aos processos de esterilização com ou sem limpeza prévia mantiveram o desempenho do nível de filtração de no mínimo 94%. No entanto, cerca de 38% deles, independente do tipo de esterilização, estavam entre 90% e 93% de filtração, após a esterilização. Conclusão: O excesso de sujidade nos respiradores PFF por uso de cosméticos pigmentados deve ser evitado. Estes respiradores PFF após uso estendido e reúso de 15 e 30 dias não são capazes de preservar o desempenho de filtração de no mínimo 94% de aerossóis, após serem submetidos a esterilização por gás plasma de peróxido de hidrogênio com-limpeza ou sem-limpeza prévia.