Entre o tipo e o sujeito: os retratos de escravos de Christiano Jr.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Hirszman, Maria Lafayette Aureliano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27160/tde-13032013-114903/
Resumo: A dissertação examina, a partir de um enfoque multidisciplinar que contempla aspectos estéticos, históricos e antropológicos, as imagens de negros de ganho realizadas por Christiano Jr. em cerca de 1865 no Rio de Janeiro. O objetivo é sublinhar seu caráter contraditório quando colocadas em perspectiva de longa duração. Mesmo sem romper com os padrões estéticos da época, as fotografias de Christiano Jr. introduzem elementos que representam uma diferenciação, uma vez que subvertem certos elementos estruturais da imagem do negro, temáticos e compositivos, quebrando o código de silêncio, ocultamento e disfarce que marca a relação da sociedade brasileira com o tema da escravidão. O trabalho desdobra-se em três movimentos. O primeiro capítulo apresenta uma análise detalhada do trabalho de Christiano Jr., ressaltando sua trajetória e o sistema de consumo e circulação em que suas fotografias se inserem. O segundo caracteriza os padrões tradicionais de representação da figura do negro e das camadas populares estabelecendo relações entre esses gêneros consolidados e as fotografias de Christiano Jr. O último capítulo sublinha uma espécie de fissura no rígido código de representação iconográfica do escravo e propõe que o trabalho do fotógrafo açoriano seja lido não mais como um documento neutro sobre os usos e costumes da época ou apenas como reiteração de um olhar preconceituoso, mas como registro de uma relação complexa entre o fotógrafo e seus modelos, como um elemento constitutivo - e, portanto, carregado de sentidos, mesmo que paradoxais - daquela sociedade que se via às voltas com a crise aguda do regime escravagista.