O pensamento geográfico do currículo oficial do Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza Neto, Horacio José de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-07112019-183225/
Resumo: A presente dissertação tem o objetivo de promover a reflexão do trabalho docente, analisando o conteúdo teórico-metodológico do ensino de Geografia do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, com base na perspectiva de análise do discurso de Michel Foucault, a partir dos elementos discursivos do poder e seus efeitos nas relações estabelecidas entre o Estado e o corpo docente, estudando o currículo como o vínculo prático desta relação que dinamiza a ação do poder em sua governamentalidade, que potencializa a sujeição docente à racionalidade do Estado. Somando-se a esta metodologia, também agregamos a análise da Teoria Crítica de Michael Apple abordando o problema da desqualificação docente, problema intensificado a partir da tecnocracia educacional do currículo prescritivo e unificado da SEE-SP. Para desenvolver a pesquisa utilizamos a análise documental da bibliografia que compõe o programa curricular, São Paulo Faz Escola. Com base na metodologia empregada neste estudo obtivemos resultados substâncias e as seguintes conclusões sobre o teor discursivo do currículo. Nele, há dois elementos discursivos que suprime a crítica docente, a vontade de verdade operada pelo governo a partir de uma orientação econômica e técnica oriunda de organismos multilaterais com base numa pretensa moral de defesa pela qualidade da educação e sua universalização, e a vontade de saber operada pela centralidade técnica e acadêmica que legitima a retirada da principal atribuição do ofício docente, o planejamento didático. O tecnicismo pedagógico desqualifica e requalifica o trabalho docente para atender as demandas de uma educação comprometida com o mercado em sua fase neoliberal, intensificando a proletarização docente. Neste contexto o ensino de Geografia apresenta um discurso corroborativo ao tecnicismo da educação, interdita o projeto de ensino da Geografia Crítica, faz uma crítica infundada da Geografia Tradicional e utiliza elementos da fenomenologia e do neopositivismo em sua didática, demonstrando a contradição e os problemas de sua abordagem conceitual.