Inimigos Fiéis: rupturas e permanências nas Cavalhadas do Médio São Francisco - BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pardim, Lucélia Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-23012021-133509/
Resumo: A permanência da Cavalhada, considerada o maior auto popular a céu aberto do Brasil, tem motivado muitas pesquisas. Encenação que rememora, ritualisticamente, os combates travados entre mouros e cristãos na Península Ibérica, com foco na resistência empreendida pelo imperador Carlos Magno e os Doze Pares de França, a Cavalhada sempre esteve sujeita a adaptações e revisões, mesmo mantendo certa fidelidade no tocante às fontes em que se baseia. Carlos Magno, o rei da França que se mantém vivo no imaginário de toda a Península Ibérica, América espanhola, Brasil e antigas colônias africanas como arquétipo do rei salvador, mesmo que essa idealização não condiz com a figura histórica, é a personagem-síntese, embora, nos dois municípios pesquisados, o papel de protagonista se encaixe melhor no seu oponente, o Rei Mouro. O estudo foi realizado nos municípios de Bom Jesus da Lapa e Serra do Ramalho, próximos entre si, divididos pelo rio São Francisco em seu curso médio baiano. Com o objetivo de compreendermos as relações de poder que envolvem esta manifestação popular, pesquisamos os processos históricos, sem esquecermos os fatos sociais e os significados subjetivos que resultaram na ressignificação do folguedo e nos ajudaram a entender as razões de sua permanência na contemporaneidade. Afinal, a Cavalhada, com raízes na Idade Média, mesmo competindo com eventos de grande porte da indústria cultural, não apenas sobrevive no Brasil, como demonstra certa vitalidade, permeando muitas dimensões da vida simbólica nas comunidades sertanejas