\"Alterações na função renal em pacientes HIV/AIDS tratados com esquemas terapêuticos incluindo indinavir\"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Eira, Margareth da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-10052005-150439/
Resumo: Complicações renais e urológicas incluindo nefrolitíase, cristalúria, cólica renal e lombalgia, são eventos adversos bem conhecidos do indinavir (IDV), um inibidor de protease (IP) largamente utilizado no tratamento de pacientes infectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Prévios estudos em ratos demonstraram que o IDV, um potente IP capaz de provocar uma sustentada supressão da carga viral do HIV, induz vasoconstricção renal, diminui a filtração glomerular (RFG) e reduz a excreção urinária de nitrito (NO2-), sugerindo que a vasoconstricção causada pelo IDV deve ser mediada pelo óxido nítrico (NO). Os objetivos deste estudo foram investigar a ocorrência de insuficiência renal (clearance de creatinina < 80ml/min) em pacientes com infecção pelo HIV tratados com terapia anti-retroviral altamente potente incluindo o inibidor de protease IDV, e mensurar a excreção urinária de nitrato (NO3-) nestes pacientes, comparando-os com outro grupo de pacientes tratados com efavirenz (EFV), um inibidor de transcriptase reversa não-análogo de nucleosídeo (NNRTI). No período compreendido entre março de 2000 e outubro de 2003, estudamos 36 pacientes infectados pelo HIV que estavam em terapia com IDV na dose de 800 mg de 8/8 horas por pelo menos 12 meses. Os pacientes foram avaliados para uma variedade de parâmetros clínicos e laboratoriais: idade, peso, tempo de infecção, tempo de uso de IDV, uso de sulfametoxazol-trimetoprim (SMX-TMP) ou sulfadiazina, exames bioquímicos (colesterol total, triglicérides, magnésio, sódio, potássio e creatinina), exame do sedimento urinário, clearance de creatinina, osmolaridade urinária, volume urinário de 24 h, fração de excreção de sódio (FENa), fração de excreção de potássio (FEK) e fração de excreção de água (FEH2O). NO3 urinário foi mensurado em 18 pacientes recebendo terapia anti-retroviral com IDV e 8 pacientes recebendo terapia com EFV. Leucocitúria ocorreu em 78.8% dos pacientes tratados com IDV. Clearance de creatinina diminuído foi observado em 21 pacientes e foi associado com menor peso e uso de derivados de sulfa. Nestes pacientes com diminuição da função renal, também detectamos menor osmolaridade urinária e uma FEH2O mais alta. A excreção urinária de NO3- foi significativamente menor nos pacientes tratados com IDV (908 ± 181) quando comparados aos pacientes do grupo EFV (2247 ± 648, p<0.01). Nossos resultados mostram que insuficiência renal ocorreu em 58% dos pacientes tratados com IDV e foi associada com menor peso corpóreo e uso de derivados de sulfa. A menor excreção urinária de NO3- e as alterações na osmolaridade e FEH2O sugerem que o IDV diminui a produção de óxido nítrico e causa dano tubular, respectivamente. Sugerimos então que os pacientes em uso de IDV sejam monitorados routineiramente para função renal através do clearance de creatinina.