Found footage em tempo de remix: cinema de apropriação e montagem como metacrítica cultural e sua ocorrência no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fernandes, Marcos Leandro Kurtinaitis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-13092013-112643/
Resumo: A pesquisa tem por objetivo evidenciar de que maneira a criação artística baseada exclusivamente em apropriação e montagem de registros pré-existentes de imagem e som pode ser considerada, simultaneamente, uma forma expressiva autônoma e um instrumento de crítica cultural, bem como a ocorrência dessa prática na produção audiovisual brasileira. Trata-se de uma investigação histórica, teórica e crítica dos conceitos e práticas de found footage e remix e sua presença no Brasil, que os apresenta legitimados enquanto proposta estética e dimensionados na amplitude de suas manifestações. Toma como fundamentação teórica da investigação as contribuições de Jay Leyda e de William C. Wees ao estudo dos filmes de compilação e de found footage e também teorizações mais amplas a respeito do remix como categoria da produção cultural e forma de expressão artística contemporâneas, tais como as realizadas por Lawrence Lessig e Eduardo Navas. Preliminarmente, a dissertação apresenta um levantamento dos antecedentes históricos da técnica e de suas inúmeras aplicações nos mais diversos gêneros e formatos da produção audiovisual, na qual é particularizada em termos de autores e obras em que se faz presente, com especial atenção ao cinema brasileiro. Segue-se um ensaio sobre seu uso como forma de mediação crítica da produção audiovisual no contexto sociocultural e patamar tecnológico atuais. Afinal, acaba reconhecendo como manifestações de pura metacrítica audiovisual no Brasil duas obras em que essa característica é proeminente e determinante na enunciação do discurso: São Paulo, sinfonia e cacofonia, de Jean-Claude Bernardet (1995) e Um dia na vida, de Eduardo Coutinho (2010). Esses dois exemplos da cinematografia brasileira são então descritos e comentados de maneira que revela como exploram as possibilidades narrativas, poéticas e metacríticas da montagem de material audiovisual alheio.