Gestão de exames complementares em um hospital de ensino de alta complexidade: análise de resultados e de custos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gomes, André Felipe Maciel Moreno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17157/tde-02022016-104832/
Resumo: A pluralização dos atendimentos e sua garantia de realização em todos os níveis de atenção conforme os princípios estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) fizeram com que o atual cenário da saúde pública ganhasse grande complexidade envolvendo o financiamento e suporte para a manutenção desses serviços. Nesse contexto, alguns trabalhos na literatura relatam um excesso no uso desses recursos diagnósticos, que ocorre muitas vezes desnecessariamente, aumentando a chance de riscos à saúde do paciente e sobrecarregando demasiadamente o orçamento financeiro dos serviços de saúde, em particular o hospital. O que ocorre muitas vezes é a falta de critério nas solicitações e problemas de interpretação dos exames, desconhecimento sobre custos dos procedimentos realizados, entre outros fatores que se mostram mais elevados dependendo da complexidade do ambiente do serviço de saúde, do quadro clínico do paciente e da experiência do profissional médico. Dessa forma, é escopo desse projeto avaliar os resultados qualitativos, quantitativos e os custos dos principais parâmetros laboratoriais de exames solicitados nas áreas clínicas de Cardiologia e Endocrinologia da divisão de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), e sua correlação com o que está descrito na literatura, objetivando identificar se o uso dos recursos diagnósticos estão sendo utilizados de forma racional e coerente. Para a realização desse estudo, foi realizada uma análise retrospectiva dos prontuários de pacientes pelo sistema HC-Athos em regime de primeira consulta e retorno, e também, de informações e metodologias relacionadas ao custeio de exames laboratoriais junto ao Centro de Custo do HCFMRP-USP, nas áreas clínicas de Endocrinologia, ambulatórios (ENA, END, ETP) e Cardiologia (CAA), no período de Julho de 2012 à Julho de 2013. Observando a análise dos elementos dos exames em ambos amulatórios, os resultados foram próximos: em Cardiologia a taxa média de elementos alterados foi de 20,79%, ao passo que em endocrinologia, o valor médio foi de 22,39%. Dessa forma, com base no que está descrito por alguns autores na literatura, esses achados podem sugerir a possibilidade de haver requisição sem necessidade dos exames laboratoriais. Em relação ao estudo de custos, observamos que existe uma diferença significativa para a relação: valor real gasto (HCFMRP-USP)/valor recebido(SUS). Na cardiologia onde o déficit foi mais elevado, 39,45%, contra os 12,80% observados em endocrinologia. Analisando cada exame separadamente nos dois ambulatórios, observa-se que há situações onde a relação do custo entre real gasto/valor recebido chega a ser bem discrepante, como a variação de 51 à 60% em exames como hemograma, uréia, creatinina, T3 e T4 total. Analisando esses achados, podemos concluir que há de certa forma um subfinanciamento do SUS em relação aos procedimentos laboratoriais realizados pelos hospitais. Com exceção de alguns exames, que isoladamente mostraram relação positiva, o saldo final considerando os exames mais comumente realizados foi negativo, ou seja, nos exames de maior demanda e faturamento, o resultado mostrou se preocupante.