Análise de prescrição de exames laboratoriais no manejo de infecções em pacientes internados em hospital universitário da cidade de Niterói-RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Alves, Raquel De Carvalho Eiras
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36087
Resumo: Exames laboratoriais são ferramentas relevantes na medicina moderna, proporcionando a garantia da integralidade do atendimento e fornecendo informações preponderantes para processo de tomada de decisão clínica por profissionais de saúde. Utilizados nos processos de prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento das enfermidades em geral, tais ferramentas contribuem decisivamente para o aumento dos gastos em saúde se o seu uso não for racional. Objetivou-se analisar as prescrições de exames laboratoriais no manejo de infecções em pacientes internados no Hospital Universitário Antônio Pedro . Trata-se de um estudo de coorte, retrospectivo, de abordagem quantitativa. Os dados clínicos e demográficos foram coletados por meio de análise documental dos prontuários e consulta aos softwares de gerenciamento de informações clínicas utilizados pela instituição, no período entre outubro de 2019 a março de 2020. Os exames laboratoriais foram quantificados através de formulário próprio. A adequabilidade das prescrições foi analisada de acordo com as recomendações da The Association for Clinical Biochemistry and Laboratory Medicine. As informações referentes ao custo de cada exame realizado foram retiradas dos pregões eletrônicos para aquisição de materiais de laboratórios e químicos efetuados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares antes do período da coleta de dados. A correlação entre as variáveis sexo, idade, desfecho clínico tipo e epidemiologia das infecções e a quantidade de exames prescritos foi testada através do Teste t, análise de correlação de Pearson, análise de regressão logística múltipla e ANOVA, respectivamente. Foram admitidos 236 pacientes, 54,66% deles eram do sexo masculino. A idade dos pacientes variou entre 18 e 93 anos, com média de 57,88 anos e desvio padrão de 16,97 anos. Alta melhorada foi o desfecho clínico mais prevalente (66,52%). Houve predomínio de infecções relacionadas à assistência à saúde (57,68%). Hemograma foi o exame mais prescrito (7,65%) seguido pelas dosagens de sódio (7,57%), potássio (7,51%), ureia (7,39%), creatinina (7,35%), proteína C reativa (6,607%), magnésio (6,12%), fósforo (3,80%), glicose (3,65%) e coagulograma (3,37%). A prescrição destes exames correspondeu à 61,02% do volume total de exames prescritos, durante o uso de antimicrobianos, no período estipulado. O setor que mais contribuiu com as prescrições de exames laboratoriais foi o Centro de Tratamento Intensivo, com 28%. Não houve diferença estatística entre as variáveis sexo, idade, diagnóstico de internação, desfecho clínico e a quantidade de exames prescritos. Houve diferenças estatísticas significativas entre a quantidade de exames laboratoriais prescritos e os diferentes focos infecciosos, e a epidemiologia das infecções. A proporção de testes inadequados entre os exames mais prescritos foi de 7,48%. Os exames que mais impactaram no orçamento da instituição foram Hemocultura para bactérias automatizada (R$30.008,08), dosagem de proteína C reativa ultrassensível (R$4.142,22) e coagulograma (R$3.752,55). Racionalizar as prescrições laboratoriais evita o desperdício de recursos sem comprometer a segurança do paciente. Espera-se que as discussões e conclusões geradas nesse trabalho possam contribuir para a prescrição racional de exames laboratoriais nos hospitais de ensino.