Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Forghieri, Mariana Camargo Guimarães |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-09042024-123302/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum. O diagnóstico precoce, ao possibilitar citorredução completa, favorece a maior sobrevida das pacientes. Assim, tem-se procurado métodos de diagnóstico como marcadores tumorais, exames de imagem e algoritmos. Para que não ocorra a carcinogênese, a homeostase celular deve estar adequada e as vias de sinalização e em harmonia com as vias de sinalização e apoptose. Diversas proteínas são responsáveis por estes processos fisiológicos, dentre as quais as proteínas de choque térmico (HSPs), que estão presentes em todas as células. Estudos evidenciaram a expressão aumentada da HSP27 durante diferentes estágios de diferenciação e desenvolvimento celular, sugerindo um papel na carcinogênese e resistência tumoral à quimioterápicos no câncer de ovário. OBJETIVOS: Avaliar o nível sérico da HSP27 em mulheres com massas anexiais benignas e malignas e correlacioná-los com tipo histológico, CA125, concomitância com endometriose e, nos tumores malignos, presença de ascite e presença de carcinomatose. MÉTODOS: Estudo transversal analítico, caso controle, realizado na Disciplina de Ginecologia do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP em parceria com IBCC Oncologia Instituto Brasileiro de Controle do Câncer. No período de abril de 2020 a fevereiro de 2023 foram incluídas 40 mulheres, sendo 22 com massas anexiais benignas (grupo controle) e 18 com massas anexiais malignas. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foram coletados 10ml de sangue de cada participante, refrigerados a -80°C e posteriormente testados para as concentrações de HSP27 por meio de testes comerciais ELISA, de acordo com as instruções do fabricante. Os dados clínicos foram obtidos por meio de consulta aos prontuários eletrônicos. RESULTADOS: Nossos resultados sugerem que as dosagens séricas da HSP27, quando avaliadas por grupo, benigno e maligno, apresentaram tendência à elevação no grupo de massas anexiais malignas, embora sem diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (média 0,449ng/ml versus 0,484ng/ml, p=0,068). Quanto à histologia tumoral, a média das dosagens séricas de HSP27 em pacientes com adenocarcinoma mucinoso (0,447) foi menor do que a média do grupo maligno em geral (0,484 ng/ml). Entretanto, nas pacientes com carcinoma seroso de alto grau e nos tumores epiteliais mistos (endometrioide e de células claras), as médias da HSP27 foram mais elevadas (0,471 e 1,01, respectivamente), embora sem significância estatística. Com relação ao marcador CA125, para os tumores malignos foi demostrada correlação positiva entre os valores do mesmo e a HSP27 (p=0.049). A média dos valores da HSP27 nos tumores benignos com endometriose concomitante foi mais elevada do que nos sem endometriose (0,469 e 0,440, respectivamente, p=0,190). A mesma tendência ocorreu nos tumores malignos, com média 0,728 na presença de endometriose e 0,451 sem endometriose (p=0,365). Finalmente, para os tumores malignos não foram encontradas correlações entre os níveis de HSP27 e presença de ascite, assim como a presença de carcinomatose. CONCLUSÕES: Nossos resultadoes sugerem que, em tumores de alto grau ou histologia desfavorável, a HSP27 poderia ser um marcador tumoral da neoplasia maligna ovariana. No entanto, para adenocarcinoma mucinoso, a HSP27 apresenta níveis séricos semelhantes aos de pacientes com massas anexiais benignas, como já descrito por outros autores. A presença de endometriose concomitante ao tumor mostra tendência a valores da HSP27 mais elevados, comparativamente aos sem essa associação. Interessante ressaltar a correlação positiva demonstrada entre o CA125 e a HSP27, sugerindo comportamento semelhante do marcador e da proteína nos casos de câncer de ovário. Assim, sugere-se que o estudo da combinação desses biomarcadores possa contribuir para o diagnóstico da neoplasia maligna ovariana. Não foram encontradas correlações entre HSP27, presença de ascite ou presenca de carcinomatose. Novos estudos de larga escala são necessários para consolidar estes achados e melhor compreender a relação da HSP27 com a diferenciação celular, carcinogênese e papel como marcador no câncer de ovário |