Proteína de choque térmico 70 quilodaltons (HSP70) e carcinoma mamário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Freitas, Gabriela Boufélli de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-07072021-124536/
Resumo: Introdução: O número de mulheres acometidas por câncer de mama vem crescendo ao longo dos anos, sendo importante o diagnóstico precoce para melhor prognóstico e maior sobrevida destas pacientes. As proteínas de choque térmico (HSPs) estão presentes em todas as células e, em condições fisiológicas atuam na estabilização proteica e na degradação de proteínas alteradas, sendo responsáveis pela homeostase celular, controle do ciclo celular e apoptose. Entretanto, quando a célula sofre uma situação de estresse, pode haver superexpressão destas proteínas, possibilitando que danos proteicos não sejam reparados, a apoptose seja inibida e a divisão celular ocorra de modo irregular. Esta divisão desordenada pode levar ao aparecimento de doenças, dentre as quais o câncer. Alguns estudos demonstraram aumento da HSP70 em pacientes com câncer de mama. Objetivos: Avaliar o nível sérico da HSP70 em mulheres com câncer de mama, comparativamente a mulheres sem essa neoplasia. Adicionalmente, correlacionar o nível sérico da HSP70 com características tumorais como subtipo histológico, presença de receptores hormonais e HER2, grau histológico, estadiamento, grau nuclear, índice de proliferação celular (KI67) e presença de invasão linfática ou de vasos. Métodos: Estudo transversal analítico, caso controle, realizado no Setor de Mastologia da Disciplina de Ginecologia do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP. No período de setembro de 2017 a dezembro de 2018, foram incluídas 62 mulheres com câncer de mama (grupo estudo) que compareceram a primeira consulta e 59 mulheres sem essa neoplasia (grupo controle). Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foram coletados 10ml de sangue de cada participante; as amostras foram centrifugadas e o soro coletado, armazenado a - 800C e posteriormente testado para as concentrações de HSP70 por meio de testes comerciais ELISA, de acordo com as instruções do fabricante Elabscience® (Houston, Texas, USA). Os dados epidemiológicos e clínicos foram obtidos por meio de consulta aos prontuários eletrônicos. Resultados: As médias etárias nos grupos de estudo e controle foram 54,3 e 52 anos, respectivamente. Os valores séricos da HSP70 verificados em mulheres com câncer de mama foram superiores aos encontrados em mulheres sem a doença (média 1214,3pg/ml versus 419,5pg/ml) (p<0,001). Com relação as características tumorais, observou-se tendência de elevação da HSP70 nos tumores localmente avançados comparativamente aos menos avançados, nos tumores com grau histológico 3, e nos com maior índice de proliferação celular (KI67), embora as diferenças entre os subgrupos não fossem estatisticamente significativas. O valor sérico da HSP70 foi semelhante aos diferentes subtipos histológicos, diferentes graus nucleares, presença ou ausência de receptores tumorais e presença ou ausência de invasão angiolinfática. Conclusão: Na amostra estudada a proteína de choque térmico HSP70 sérica encontrou-se elevada nas pacientes com câncer de mama, comparativamente a mulheres sem essa neoplasia. Com relação as características tumorais, não foram detectadascorrelações entre os níveis séricos de HSP 70 e os diferentes subtipos histológicos, presença de receptores hormonais e HER2, grau nuclear e presença de invasão angiolinfática. Foi observada tendência de elevação nos valores séricos da HSP70, com aumento do grau histológico do tumor, o estadiamento mais avançado e maior índice de proliferação celular, embora os valores encontrados para os diferentes subgrupos não mostrassem diferenças estatisticamente significativas. Assim, novos estudos sobre o papel da HSP70 sérica no carcinoma mamário poderão contribuir para a possível utilização no diagnóstico e tratamento do câncer de mama.