A avaliação da competência comunicativa: uma análise das certificações de proficiência em italiano e português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mhereb, Ana Luisa de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-29072020-180546/
Resumo: A avaliação da competência comunicativa em língua estrangeira ou segunda língua (L2) é um processo complexo e de natureza contraditória: avaliar pressupõe princípios de exatidão, mas, ao mesmo tempo, envolve três fenômenos intrinsecamente ligados à inexatidão: os modelos teóricos de língua, de competência e de medição (BARNI, 2000). No que diz respeito à emissão de certificados de proficiência em L2, Brasil e Itália apresentam divergências: enquanto há quatro certificações de italiano L2 reconhecidas pelo governo da Itália - CILS, CELI, CERT.IT e PLIDA -, no Brasil existe apenas uma certificação oficial de português brasileiro L2: o Celpe-Bras. O objetivo deste trabalho é comparar os exames de certificação italianos e o brasileiro, investigando como é avaliada a competência comunicativa e, em especial, a competência pragmática, que se refere a conhecimentos e habilidades ligados ao uso da língua em contexto (BACHMAN, 1990). A partir de uma primeira análise geral dos exames, foi possível observar que, apesar de todos os entes certificadores afirmarem avaliar a competência (linguístico-)comunicativa, há diferenças fundamentais no que diz respeito à estrutura e à composição das provas. Enquanto os exames italianos avaliam separadamente as habilidades de compreensão e produção oral e escrita, com testes objetivos e subjetivos, o Celpe-Bras é estruturado em apenas duas provas (oral e escrita), ambas compostas por tarefas, ou seja, testes subjetivos que avaliam integradamente diferentes habilidades (BROWN et al., 2002). A partir disso, foi feita a análise dos testes de compreensão e produção escrita, com base em diferentes estudos que buscaram definir o conceito de competência comunicativa (HYMES, 1972; CANALE & SWAIN, 1980; CANALE, 1983; BACHMAN, 1990; CELCE-MURCIA, et al., 1995; BACHMAN & PALMER, 1996; QECR, 2001; CELCE-MURCIA, 2007). Essa análise, além de discutir quais componentes da competência comunicativa são privilegiados em cada prova, buscou evidenciar a presença ou a ausência de elementos relativos ao contexto de comunicação, os quais remetem à competência pragmática. O trabalho contribui com um panorama geral e comparativo das certificações de proficiência no Brasil e na Itália, representando uma primeira etapa para a análise da validade do construto desses exames.