Padrão de dispersão espacial e temporal de Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera: Braconidae) criado em larvas de Ceratitis capitata e Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Camargos, Maria Gisely
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/64/64134/tde-23032016-114303/
Resumo: A capacidade de dispersão e parasitismo de D. longicaudata, proveniente de larvas de Ceratitis capitata (linhagem Ceratitis) e de Anastrepha fraterculus (linhagem Anastrepha) foi avaliada após liberação em pomar de goiaba. Onze liberações de cerca de 3.000 parasitoides foram realizadas entre março de 2014 e abril de 2015 no centro de um talhão de 15 ha de goiaba localizado no Projeto de Irrigação do Jaíba (15°14\'03.7\"S 43°56\'54.0\"W), em Jaíba, MG, Brasil. A dispersão foi monitorada, a partir de um ponto central de liberação, nas direções cardeais e colaterais, a uma distância de 6 m até 272 m, distantes 12 m entre si nas direções cardeais e 17 m nas colaterais. Em cada ponto uma \"unidade de parasitismo\", ou seja, um sache com cerca de 20 larvas de terceiro instar do hospedeiro mais dieta envoltos em tecido voile, foi pendurada. Larvas de C. capitata e de A. fraterculus foram oferecidas para recuperar os parasitoides em cinco liberações onde os parasitoides não tiveram escolha pelo hospedeiro e outras seis onde tiveram escolha. As \"unidades de parasitismo\" permaneceram 24 h no pomar quando foram substituídas por novas, também retiradas após 24h. Após sete e 15 dias novas \"unidades de parasitismo\" foram distribuídas e mantidas por 24 h. Foram verificadas a porcentagem de parasitismo, razão sexual, mortalidade das larvas hospedeiras e a direção de dispersão. Os dados foram analisados utilizando modelos lineares generalizados de efeito misto através do sistema estatístico R. A distância média de dispersão (DM) e a área de dispersão (S²) de D. longicaudata foram determinadas utilizando-se o modelo proposto por Dobzhansky e Wright. O total de 10.351 parasitoides foi recuperado, todos pertencentes à espécie D. longicaudata, 769 provenientes do hospedeiro A. fraterculus e 9.582 de C. capitata. A mortalidade das larvas foi maior para o hospedeiro A. fraterculus. A razão sexual foi preferencialmente (ou tendeu) para machos e diferiu apenas entre os hospedeiros, sendo maior em parasitoides recuperados de A. fraterculus (0,34), independente da linhagem liberada. Nenhuma variável climática analisada influenciou o parasitismo ou a mortalidade das larvas. A linhagem Ceratitis foi a que mais se dispersou e parasitou larvas até a distância máxima de 173 m e atingiu uma área de dispersão de até 34.067,17m². As duas linhagens do parasitoide se dispersaram em todas as direções, mas demonstraram uma tendência a se dispersar para a direção leste. As duas linhagens foram capazes de sobreviver e parasitar larvas de A. fraterculus e C. capitata por até 15 dias após sua liberação, mas, número maior de exemplares da linhagem Anastrepha foi recuperado após 15 dias parasitando larvas dos dois hospedeiros. A linhagem Anastrepha proporcionou os mais altos índices de parasitismo nas maiores distâncias do ponto de liberação e a linhagem Ceratitis em pontos mais próximos. Com base na maior capacidade de sobrevivência em condição de semiárido, maior capacidade de parasitismo em distâncias maiores do ponto de liberação e na área de dispersão média obtida (27.368,24 m²) recomenda-se a liberação de 3.000 parasitoides da linhagem Anastrepha a cada 2,7 ha de goiaba