Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva, Beatriz Helena Cermaria Soares da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5164/tde-28102021-162003/
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Resumo: |
Introdução: A lesão renal aguda (LRA) é uma síndrome presente em vários contextos clínicos, e está associada a alta morbidade e mortalidade. A creatinina sérica é o biomarcador mais utilizado, mas apresenta limitações, uma vez que demonstra elevação apenas quando a lesão renal já está instituída. O processo inflamatório renal é um componente importante na fisiopatologia da LRA, não somente quando decorrente de sepse, mas também na lesão renal de origem não-infecciosa. A LRA séptica é uma disfunção orgânica, causada por resposta imune desregulada, após a exposição a um patógeno. A resposta imune inicial desencadeia uma resposta inflamatória secundária complexa, que leva à lesão renal. A rabdomiólise, por sua vez, é uma síndrome desencadeada por lesão extensa do tecido muscular, ocorrendo em diversas condições como no trauma, em intoxicações e como efeito adverso a medicamentos. Peptídeos antimicrobianos (AMPs) são um grupo de proteínas ancestrais, componentes do sistema imune inato, que além de atuarem na lise direta de patógenos, apresentam funções importantes na modulação da resposta imune, ainda não totalmente esclarecidas. Os AMPs mais estudados são as catelicidinas e as defensinas. Utilizando dois modelos experimentais distintos (sepse e rabdomiólise), induzimos LRA em camundongos knockout para o gene da catelicidina (CRAMP KO) e seus controles selvagens (C57BL/6), a fim de investigar potenciais diferenças na resposta imune entre esses diferentes modelos. Metodologia: Camundongos knockout para o gene da catelicidina e controles selvagens C57BL/6 foram submetidos a rabdomiólise por meio de injeção intramuscular de glicerol, após restrição hídrica. Um outro grupo foi submetido à sepse, pelo modelo de ligadura e punção cecal (CLP). Um terceiro grupo não foi submetido a nenhum modelo experimental (controles saudáveis). Foi realizada a dosagem de citocinas e de peptídeos antimicrobianos pelos métodos ELISA e Milliplex®, em material coletado desses animais. A lesão renal também foi avaliada por histologia, utilizando-se um escore de lesão tubular. Resultados: Os animais CRAMP KO submetidos à rabdomiólise apresentaram maior mortalidade do que os correspondentes selvagens, o que foi atribuído à maior inflamação tecidual renal, comprovada pela maior dosagem de IL-1, IL-6 e TNF- no tecido renal. Não houve diferença significativa nos níveis das mesmas citocinas no soro. O modelo de rabdomiólise induziu maior expressão de NGAL e -defensina 3 no tecido renal dos animais CRAMP KO. A maior inflamação no grupo rabdomiólise também foi confirmada por histologia. Em comparação à sepse, o modelo de rabdomiólise induziu maiores valores de creatinina e ureia, embora não tenha havido diferença estatística significativa. Discussão: Estudos prévios demonstraram que os camundongos CRAMP KO são mais resistentes à sepse. No modelo de rabdomiólise, os animais CRAMP KO apresentaram maior mortalidade, associada a maior inflamação renal local, sem repercussão sistêmica ou lesão de órgãos à distância. O modelo de sepse induziu maior expressão de -defensina 1 e 3 no tecido renal em ambos os grupos, mas não houve diferença estatisticamente significativa. Na sepse, a análise dos valores de NGAL e do escore de lesão tubular não mostrou diferença entre os grupos. Conclusão: Camundongos CRAMP KO são mais suscetíveis à lesão renal induzida pelo modelo de rabdomiólise e apresentam maior inflamação tecidual. Entretanto, quando submetidos a um modelo de sepse, são mais resistentes. As catelicidinas, portanto, podem induzir respostas inflamatórias distintas, até mesmo contraditórias, dependendo do contexto celular e patológico subjacentes |