Trabalho, reabilitação psicossocial e rede social: concepções e relações elaboradas por usuários de serviços de saúde mental envolvidos em projetos de inserção laboral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Lussi, Isabela Aparecida de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-29102009-135550/
Resumo: O presente estudo elegeu como foco de investigação o trabalho desenvolvido por usuários de serviços de saúde mental em oficinas de geração de renda ou em cooperativas sociais integradas. Objetivou-se identificar as concepções acerca do trabalho elaboradas pelos usuários, bem como investigar se estabelecem relações entre trabalho, processos de reabilitação psicossocial e rede social. Participaram do estudo quinze usuários, sendo cinco sócios da Cooperativa Social Querciambiente, da cidade de Trieste, Itália, cinco freqüentadores das oficinas de geração de renda da Associação Arte e Convívio, do município de Botucatu SP e cinco participantes do Núcleo de Oficinas e Trabalho do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, da cidade de Campinas SP. Para a coleta de material, utilizou-se a técnica da observação livre, entrevista semi-estruturada e busca documental. O material empírico oriundo das entrevistas foi submetido à Análise Temática, a qual possibilitou identificação das categorias de análise. Os dados provenientes da observação livre e da busca documental foram utilizados como complementação dos dados obtidos nas entrevistas. A análise do material foi subsidiada pelos pressupostos teóricos da Desinstitucionalização e da Economia Solidária. Os resultados demonstraram que na concepção dos sujeitos o trabalho é uma importante ferramenta para a emancipação social das pessoas, um recurso que promove o autoconhecimento, a auto-realização e ajuda a diminuir a ociosidade. Os sujeitos apontaram, ainda, a influência do trabalho nas subjetivas redes sociais, sendo significativa a melhoria da qualidade das relações familiares. No tocante às relações de amizade, evidenciou-se que, na opinião dos sujeitos, o trabalho pode ou não influenciar o relacionamento com os amigos em igual proporção. Observou-se que o trabalho promoveu a ampliação da rede social da maioria deles, principalmente no próprio ambiente de trabalho. O estudo demonstrou que o desenvolvimento de atividades de trabalho está diretamente relacionado à evolução do processo de reabilitação psicossocial. Aponta-se a importância de se considerar a opinião dos atores sociais diretamente comprometidos com os processos de inserção social, isto é, os usuários de serviços de saúde mental, sobre o lugar ocupado pelo trabalho em tais processos. Ressalta-se a relevância destas opiniões na proposição de políticas públicas voltadas à geração de trabalho e renda para os usuários, bem como no planejamento de projetos de inclusão social por meio do trabalho.