Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Alberto Pereira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-05022010-094122/
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Resumo: |
A escravidão por dívida no Brasil contemporâneo recupera resquícios do trabalho escravo moderno do século XVI, em que o elemento importante estava na acumulação da riqueza por meio da força de trabalho para a acumulação do capital. A passagem de um sistema de cativeiro para um trabalho livre, no entanto, foi incapaz de impedir a sujeição do trabalhador aos proprietários de terras, seja o colono imigrante, seja os pequenos trabalhadores que se sujeitavam ao trabalho com outras formas de exploração. As formas de exploração dos fazendeiros aos trabalhadores também foram sendo transformadas para a acumulação do capital, uma vez que a partir do século XX no Brasil, sobretudo no Tocantins, entra em evidência o trabalho escravo por dívida. O objetivo desta pesquisa é, então, compreender como se organizam as forças produtivas na Amazônia, especificamente no norte tocantinense, a partir dos municípios de Araguaína e Ananás, sob a ótica de formas contraditórias de acumulação primitiva do capital que caracterizam a violência no campo por parte dos grandes proprietários de terra em relação ao trabalhador, que fizeram renascer o trabalho escravo por dívidas no período de 2001 a 2008. A metodologia do trabalho consistiu em leituras ligadas à temática, trabalho de campo, entrevistas com os trabalhadores, entidades e instituições. O Tocantins, precisamente sua região norte, tem sido o lugar onde este sistema tem aprisionado documentos e famílias no interior das propriedades, além de lócus de mortes de trabalhadores que estão envolvidos com esta precarização do trabalho. O Estado é contraditório: de um lado, teve um papel primordial a respeito da expansão da propriedade em direção à nova fronteira do país, sobretudo em meados da década de 1960 com os incentivos fiscais; de outro lado, nas esferas federal e estadual, cria comissões e planos para a erradicação do trabalho escravo. O Tocantins tem sido um dos estados que mais escravizam trabalhadores, por conta da expansão da propriedade, apoiada muitas vezes pelo poder público, como deputados e senadores, que se encontram na lista suja do Ministério do Trabalho, os quais participam da degradação do trabalho para acumulação de suas riquezas e subordinam o trabalhador, como se este estivesse na legalidade. |