Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Goto, Aline Yoshie |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-22022017-115235/
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Resumo: |
O peixe dourado é extensivamente utilizado em pesquisas sobre visão devido a diversos fatores: é um animal pecilotermo, o que possibilita manter sua retina ex-vivo viável para manipulação experimental por mais tempo; apresenta uma organização retiniana semelhante à de mamíferos; possui neurônios grandes, facilitando estudos eletrofisiológicos e morfológicos e, diferentemente de mamíferos, é dotado de neurogênese constante de alguns tipos celulares retinianos. A produção, composição e escoamento dos meios oculares nesta espécie, fundamentais para a formação de imagens sobre a retina, são, entretanto, pouco conhecidos. A variedade padrão desta espécie apresenta desenvolvimento ocular normal, enquanto a variedade demekin é extremamente míope por possuir crescimento ocular exagerado (buftalmia), condição característica de alguns tipos de glaucoma em mamíferos. O presente trabalho investigou aspectos morfofisiológicos do sistema de produção e drenagem do humor aquoso e a composição do humor vítreo nestas duas variedades de peixe dourado, com o objetivo de melhor compreender as causas subjacentes ao crescimento ocular do demekin. Para estudar a drenagem do humor aquoso, foram realizadas injeções de corante na câmara anterior de animais das duas variedades, com processamento histológico posterior em intervalos de tempo pré-determinados (5, 15, 30, 60, 120 minutos e 1, 2, 3 4 e 7 dias, n <= 3 olhos de cada variedade por grupo experimental). Não foram observadas diferenças na drenagem de humor aquoso entre as duas variedades. Em ambas, o humor aquoso é drenado principalmente pela malha trabecular contida na porção ventral do ângulo de drenagem, entre a íris e o ligamento anular. Duas vias secundárias de drenagem foram encontradas nas duas variedades de peixe dourado estudadas: (i) a via irídica e (ii) a drenagem através de vasos epirretinianos. Estas vias são aparentemente mais lentas do que a via trabecular, uma vez que foi encontrado corante nessas regiões até quatro dias após as injeções de corante na câmara anterior. Foi realizado também estudo ultraestrutural da retina e epitélio ciliar em ambas as variedades através de microscopia eletrônica de transmissão. O epitélio pigmentado da retina do demekin apresentou grânulos de melanina mais escassos, e observamos certa desorganização da camada de fotorreceptores, bem como redução da sua densidade. Através de aparato invasivo construído por Joselevitch e Smith (1997), foi mensurada a pressão intraocular (PIO) de 14 olhos de cada variedade. O demekin apresentou valores de PIO ligeiramente aumentados em relação ao animal padrão (3,6 ± 0,9 mmH2O para o demekin e 1,9 ± 0,6 mmH2O para o peixe dourado padrão). A composição proteica do corpo vítreo foi estudada através de eletroforese em gel de poliacrilamida utilizando um pool de humor vítreo de 4 animais da variedade padrão e 2 da variedade demekin. As proteínas de baixa massa molecular (entre 15 a 25 kDa) estavam expressas em ambas - embora com maior expressão na variedade padrão - e outras, de maior massa molecular, expressas apenas no humor vítreo do demekin (50-75 kDa e 150 kDa). Os resultados obtidos sugerem, portanto, que há diferenças importantes na ultraestrutura retiniana, na composição proteica do humor vítreo e na pressão intraocular do demekin. Para melhor compreensão do crescimento ocular desta variedade faz-se necessária a realização de um estudo proteômico, identificando quais são as proteínas do humor vítreo evidenciadas através da eletroforese, bem como estudos morfológicos em animais de diferentes tamanhos visando a quantificação dos danos retinianos decorrentes do seu crescimento ocular |