Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Galery, Augusto Dutra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-10042014-151634/
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Resumo: |
Apresentamos a hipótese de que o modelo democrático representativo, quando aplicado a grupos e organizações, pode cumprir a função psíquica de intermediário entre o desejo dos membros de evitar o estabelecimento de um vínculo tirânico com o líder e, ao mesmo tempo, evitar os conflitos da convivência. Para abordar o tema, utilizamos o método de entrevista de história de vida, tendo como sujeito de pesquisa um sindicalista que, por 20 anos seguidos, atuou em um sindicato ligado à justiça federal do estado de São Paulo. A presente pesquisa tinha como objetivo refletir sobre o lugar do representante no grupo, em oposição ao lugar de líder. A partir dos dados obtidos, foi possível levantar a hipótese de que, enquanto o líder está investido em seu Eu Narcísico e onipotente, o representante identifica seu Ideal do Eu com os ideais do grupo, podendo postergar a satisfação de seus ideais em troca de ser reconhecido pelo grupo. Assim, o líder, ao receber uma transferência narcísica do grupo, pode pretender retomar o lugar do Pai da horda e, através da violência ou da sedução, exigir para si uma parcela quase total de poder. O representante, por outro lado, assume um lugar de tabu, recebendo uma transferência de poder para exercer funções típicas do papel de intermediário, mas, nesse caso, o grupo mantém o poder de destitui-lo de seu papel e massacrá-lo (mesmo que simbolicamente). No caso estudado, pudemos observar o sindicalista entrevistado exercendo esse papel de representante, a partir de posições que se repetiram ao longo de sua vida. Ocupou, a nosso ver, o papel de intermediário entre as pressões do momento democrático que o país viveu em 1988/1989 e os ideais autocráticos dos partidos de esquerda, que aqui representaram o grupo que buscava um vínculo tirânico em relação à categoria. O entrevistado viu-se enredado em uma trama de vínculos e na repetição de rituais que terminaram em uma crise que levou à sua ruptura com o grupo. Tal ruptura o levou a uma posição de ostracismo e lhe causou um intenso sofrimento, que o levou a uma depressão |