Cuidados paliativos e reabilitação para a população oncológica adulta: um estudo qualitativo multicêntrico com enfermeiros e terapeutas ocupacionais do Brasil e da Inglaterra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rezende, Gabriela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-12052022-145510/
Resumo: Introdução: No contexto dos cuidados paliativos, a reabilitação auxilia a pessoa com doença oncológica na participação, mais ampla possível, em todos os aspectos da vida, fornecendo apoio às pessoas para manter o senso de dignidade, competência, capacidade e resistência e, ao mesmo tempo, adaptando-se às incertezas e perdas resultantes do processo de adoecimento. A reabilitação e os cuidados paliativos possuem narrativas e padrões de desenvolvimento diferentes, porém, estão cada vez mais próximos. Objetivo: Investigar como enfermeiros e terapeutas ocupacionais compreendem a reabilitação no contexto dos cuidados paliativos oncológicos para conhecer os diferentes conceitos e práticas propostos na Inglaterra e no Brasil. Métodos: Estudo multicêntrico, de caráter descritivo-exploratório, de abordagem qualitativa com delineamento transversal, desenvolvido em três etapas, com 36 participantes, sendo 18 enfermeiros e 18 terapeutas ocupacionais, que atuavam em serviços que atendem pessoas com câncer, em cuidados paliativos, em oito municípios brasileiros e em Londres, na Inglaterra. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CAAE 21189919.0.0000.5393) e pelo Kingston University Research Ethics Committee (1468). Na primeira etapa foi realizado um levantamento sobre os serviços de cuidados paliativos nos estados brasileiros. A segunda etapa identificou os potenciais participantes do estudo e contextualizou os diferentes cenários onde os cuidados paliativos oncológicos são oferecidos em ambos os países. Na terceira etapa foi realizada a coleta de dados, entre maio de 2020 e julho de 2021, por meio de entrevistas semiestruturadas, analisadas pelo método de análise temática reflexiva. Resultados e discussão: Foram analisadas e contextualizadas as percepções sobre a reabilitação, no contexto dos cuidados paliativos oncológicos, em ambos os países; e as estratégias terapêuticas, utilizadas no manejo não farmacológico dos sintomas por parte desses profissionais, de acordo com os diferentes sistemas de saúde. Os dados foram organizados em três categorias temáticas: Unidade de sentido 1, referente à estrutura dos serviços de cuidados paliativos, de acordo com os sistemas de saúde brasileiro e inglês; Unidade de sentido 2, referente às conceituações acerca da reabilitação e dos cuidados paliativos à pessoa com doença oncológica: a reabilitação paliativa; e a Unidade de sentido 3, que trata da assistência prestada pelos enfermeiros e TOs do Brasil e da Inglaterra às pessoas em cuidados paliativos oncológicos, com os respectivos subtemas. Os resultados indicaram uma tendência de integração entre a reabilitação e os cuidados paliativos, encontrando sua expressão mais completa na reabilitação paliativa, embora essas proposições sejam compreendidas diferentemente entre os profissionais brasileiros e os ingleses. Identificou-se que a reabilitação paliativa foi definida a partir de uma concepção holística do cuidado, alinhada aos valores das pessoas que têm doenças graves e limitadoras da vida, com sintomas intensos e dinâmicos, estresse psicológico, dificuldades sociais e sofrimento espiritual. A reabilitação paliativa objetiva a melhora da qualidade da vida, sendo necessárias as atuações dos profissionais de enfermagem e de terapia ocupacional para que seja contemplada a integralidade do cuidado. As estratégias terapêuticas utilizadas por enfermeiros e terapeutas ocupacionais alinham-se às abordagens dos cuidados paliativos e de reabilitação, particularmente no compromisso com a melhoria da qualidade de vida e manejo de sintomas, a partir das concepções de tratamento multiprofissional e interdisciplinar, de forma holística e centrada na pessoa. Considerações finais: Conhecer como enfermeiros e terapeutas ocupacionais brasileiros e britânicos compreendem e praticam, ou não, a reabilitação paliativa e as estratégias e abordagens utilizadas contribui para a qualificação dos serviços e da assistência e para o encaminhamento precoce das pessoas com câncer para os programas de reabilitação.