Aspectos morfofuncionais das estruturas de transição entre as fibras musculares de condução e as fibras de trabalho em corações humanos adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Adriano Ferreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-23022021-075645/
Resumo: Os corpúsculos cardíacos (CC) foram descritos por Goerttler (1964) e Ferraz de Carvalho (1993) como estruturas situadas entre as fibras de Purkinje (ramos subedocárdicos) e a musculatura de trabalho na região subendocárdica. Ambos acreditam que essas estruturas poderiam ser mecanorreceptores. No entanto, até o presente estudo, nenhuma outra referência na literatura foi encontrada para confirmar a sua existência e distribuição espacial. O objetivo da presente pesquisa é verificar a presença desses CC e determinar sua constituição e relação espacial na parede ventricular subendocárdica. Foram coletados 15 corações humanos adultos saudáveis, fixados em formaldeído a 10%, provenientes do laboratório de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, de acordo com os protocolos do Comitê de Ética local, e obtidas amostras seccionais paralelas e perpendiculares ao endocárdio, das paredes ventriculares apicais anteriores, entre o septo e a trabécula septomarginal no ventrículo direito (VD) e entre o septo e o músculo papilar anterior no ventrículo esquerdo (VE). As técnicas utilizadas foram: microscopia de luz (HE, Tricrômico de Masson, Picrosirius e luz polarizada), microscopia eletrônica de Varredura (MEV) por criofratura, utilizando nitrogênio líquido e por cortes em criostato, além da técnica recente de microplastinação, variação da técnica de plastinação de fatias, que consiste na inclusão de pequenos blocos de tecido miocárdico com resina epóxi e seccionada em fatias em torno de 200 µm de espessura, realizada na Universidade de Toledo, Ohio, EUA. Na microscopia de luz, observaram-se somente no VD, enovelados de fibras musculares semelhantes às de trabalho, de arranjo fusiforme, um tanto helicoidal, com o seu maior eixo paralelo à superfície endocárdica, em oposição ao arranjo regular de fibras adjacentes, medindo entre 400 e 1150 m, distando entre 200 e 500 m da superfície endocárdica, circundado por fibras colágenas e associado a pequenos vasos (provavelmente linfáticos e vênulas). Estes enovelados foram considerados como sendo os corpúsculos cardíacos (CC), neste estudo. A microplastinação confirma o aspecto tridimensional destas estruturas. A presença dos CC abre caminho para novos estudos morfofuncionais que poderiam esclarecer os mecanismos de condução do impulso cardíaco entre as fibras de condução (FC) e a musculatura de trabalho (FT), e cuja disfunção poderia estar relacionada a arritmias cardíacas ventriculares potencialmente fatais.