O tempo da infância que dança: um estudo sobre as relações entre dança e subversão do tempo linear da educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Goettems, Milene Braga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-19062019-122424/
Resumo: A presente pesquisa de mestrado tem como objetivo conhecer e investigar quais as contribuições da dança no contexto da Educação Infantil, no sentido da construção de uma Pedagogia da primeira infância que valorize e respeite o direito à educação e às Artes como um de seus fundamentos, aos tempos da infância de meninas e meninos pequenas/os e professoras/es, a partir das linguagens dançantes como possibilidades para a não dissociação entre corpo e mente, mas como uma forma de resistência à escolarização precoce e aos tempos do capital. A pesquisa qualitativa de abordagem etnográfica partiu da observação participante nas propostas em dança realizadas por uma professora de dança e duas turmas de crianças de cinco anos em uma das Creches/Pré-Escolas da Universidade de São Paulo, com registro em caderno de campo por meio de fotografias e filmagens em vídeo, de conversas informais com as crianças, famílias e demais profissionais e a realização de entrevista semiestruturada com a referida professora, a partir de autorização prévia. Num segundo momento da pesquisa de campo foram desenvolvidas propostas dançantes e metodologias de pesquisa em dança, com uma turma de crianças de quatro anos e sua professora, em uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) da cidade de São Paulo, na qual a pesquisadora também é professora. As análises dos dados coletados revelaram, no primeiro espaço investigado, que as propostas em dança observadas não objetivavam a construção de produtos prontos e coreografados. Negando uma concepção de infância inacabada, as propostas desenvolvidas nos dois espaços pesquisados, buscavam experiências corporais diversas, sensíveis e poéticas que provocavam as crianças a criarem soluções no tempo e no espaço. Destaca-se a centralidade das parcerias na concretização dessas experiências, evidenciando seu caráter transformador de realidades opressoras e rompendo, mesmo que momentaneamente, com o tempo linear imposto à Educação Infantil. Na EMEI pesquisada, explicitou-se o caráter transgressor e resistente das crianças pequenas em relação às formas de controle impostas. Nesse sentido, as Artes, especialmente aqui a dança, pode construir outras referências de tempo e de espaço às infâncias e a sua educação, tempos de percepção dos corpos, de possibilidades de movimentos, de gestualidades, de descobertas, de descolonização da infância, de relações com o pertencimento e com a diversidade cultural, de respeito às manifestações e expressões de meninas e meninos pequenas/os, e de suas professoras.