Modelos e mecanismos de sucessão secundária na Floresta Atlântica em Linhares (ES)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Rolim, Samir Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-20200111-142405/
Resumo: Este trabalho avaliou modelos e mecanismos de sucessão secundária em 5 parcelas de 0,5 ha (50 x 100 m) que sofreram corte raso na floresta atlântica de tabuleiro. Em cada parcela, todos os indivíduos arbóreos com dap &#8805; 10 cm foram inventariados ao longo do período de estudo em intervalos regulares. A análise de correspondência corrigida mostrou que existe uma alta heterogeneidade de colonização, resultando em uma divergência da composição florística entre as 5 parcelas analisados, pelo menos para os primeiros 22 anos de sucessão. Embora houvesse um predomínio de espécies pioneiras na colonização inicial (a partir dos 6 anos), algumas espécies não pioneiras colonizaram ao mesmo tempo. Não foram encontradas espécies indicadoras de comunidades discretas se alternado ao longo do tempo, assim como não foi encontrada uma obrigatoriedade de substituição de espécies, mas as espécies se misturam gradualmente ao longo do processo de sucessão, sem a necessidade de eliminação de pioneiras para colonização das não pioneiras. Logo nos primeiros anos de sucessão, as espécies predominantes na floresta do entorno não dominaram a sucessão, nem existiu uma inibição de colonização de outras espécies pela espécie dominante da sucessão (Joannesia princeps). Os modelos sucessionais que enfatizam o papel das espécies que chegam primeiro são mais adequados que modelos de inibição ou substituição de espécies, embora o papel da luz também seja importante como filtro inicial de colonização. Entretanto, tais modelos precisam ser reavaliados, pois a estrutura da futura floresta não é determinada apenas por estas espécies, já que também foi mostrada a importância da contínua chegada de novas espécies ao longo da sucessão. Para fornecer um teste mais rigoroso do estudo anterior e obter uma visão mais acurada da sucessão, foi realizado um censo, em junho de 2004, da regeneração avançada nas mesmas 5 parcelas que sofreram corte raso. Todos os indivíduos arbóreos com altura maior que I m e DAP < 10 cm foram amostrados nas 5 parcelas. Os resultados enfatizaram a importância da dispersão na estruturação de comunidades durante a sucessão secundária de florestas tropicais. A regeneração avançada em cada parcela da floresta secundária foi mais semelhante floristicamente à parcela vizinha de regeneração da floresta primária do que com outras parcelas secundárias. Foi encontrado que 64% das espécies conhecidas da Reserva (riqueza total) ou 74% das espécies presentes no entorno de cada parcela (riqueza regional) conseguiram se estabelecer nas 5 parcelas em menos de 24 anos, indicando que foram criadas nas 5 parcelas de floresta secundária condições tão adequadas à colonização como aquelas encontradas nas 5 parcelas de floresta primária. Houve uma correlação significativa entre a flora regional e a flora local, indicando uma comunidade insaturada em espécies na escala de 50 x 100m, embora tenha ocorrido saturação em escalas menores que 50 x 100 m. Existe uma limitação de dispersão para estabelecimento de todas as espécies, mas a alta disponibilidade de sítios de estabelecimento enfatiza a importância do mecanismo de efeito de estoque em florestas tropicais para permitir a coexistência de espécies, regulando as flutuações temporais no ambiente (nichos temporais). Portanto, as espécies não se distinguem tanto pelos recursos que usam, mas principalmente quando eles são mais ativamente utilizados.