Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Coelho, Marili André |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17160/tde-17072019-100635/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Houve uma epidemia de infecção pelo vírus Zika (ZIKV) no Brasil, entre 2015 e 2016, que refletiu no aumento de casos de microcefalia neonatal secundária à infecção congênita pelo ZIKV. Para compreensão do padrão de acometimento neurológico dessas crianças foi realizado um projeto de pesquisa pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), conhecido como ZIG, e realizado seguimento neurológico desses pacientes por meio do Exame Neurológico de Hammersmith Neonatal (HINE-N). OBJETIVOS: Avaliar pacientes com microcefalia secundária à infecção congênita pelo ZIKV por meio do HINE- N, descrever as características clínicas e de neuroimagem dos pacientes estudados e identificar fatores pré-natais, perinatais e demográficos potencialmente relacionados ao grau de comprometimento do exame neurológico. METODOLOGIA: O presente estudo faz parte do Núcleo de Estudos sobre Infecção Materna, Perinatal e Infantil (NEIMPI) do HCFMRP-USP e trata-se de um estudo não experimental, transversal, com intuito de correlacionar variáveis qualitativas e quantitativas. Participaram do estudo crianças com microcefalia secundária à infecção congênita pelo ZKV nascidas no município de Ribeirão Preto e seu Departamento Regional de Saúde (DRS XIII), no período de outubro de 2015 a dezembro de 2016. Os dados foram coletados no período de outubro de 2015 a janeiro de 2017. Realizou-se avaliação do perímetro craniano (PC), aplicação do HINE e coleta de dados em prontuário. Os dados foram processados e analisados com a utilização do Pacote Estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22.0. RESULTADOS: Foram avaliadas 18 crianças, sendo predomínio do sexo feminino (55,6%), nascidas a termo, com exceção de uma que nasceu com 32 semanas, maioria originária de Ribeirão Preto (66,7%), via de parto normal (72,2%), ocorrido no Centro Obstétrico do HCFMRP - USP (83,3%), todas as crianças tiveram APGAR maior que 7. O peso de nascimento foi entre 1228 e 3200 gramas, com PC entre 26 e 31,5 cm. 72,2% das crianças fizeram ultrassom transfontanela e 100% fizeram ressonância magnética de encéfalo, com associação entre os resultados encontrados neles (ambos com p<ou=0,001). O score HINE-N foi baixo, porém não foram encontradas associações entre o score e as variáveis clínicas (ambos com p>0,05). Evidenciou-se associação entre a realização de pré-natal e a cidade de residência, local de nascimento, diagnóstico de microcefalia e de infecção pelo ZIKV no pré-natal, tipo de parto (p< ou = 0,001). A medida do PC apresentou associação direta com a presença de crise convulsiva (p<0,05) e houve associação entre crise convulsiva, ventriculomegalia e calcificação (p< ou= 0,001). CONCLUSÃO: O padrão de acometimento neurológico das crianças com microcefalia secundária à infecção congênita pelo ZIKV é muito severo, com presença de sinais precoces de paralisia cerebral desde o exame neonatal. Este estudo sugere seguimento prospectivo desses pacientes para melhor avaliação prognóstica e associação do score HINE com condições clínicas pré e perinatais |