Jorge Luis Borges e Mário de Andrade: poesia e imaginário urbano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Assunção, Ronaldo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-11012023-125415/
Resumo: O presente ensaio é um estudo crítico-comparativo entre a poética urbana de Mário de Andrade e a de Jorge Luis Borges. O corpus de análise foi delimitado muito mais em função da temática (poesia e cidade), que propriamente por um critério cronológico, ainda que os principais textos analisados, sobretudo os livros de poemas, situem-se na década de 20, com maior peso para Borges. Como se sabe, Mário se desloca do urbano para um contexto cultural mais amplo do universo brasileiro, embora encerre seu itinerário lírico justamente com uma obra centrada no urbano, a Lira paulistana (1945). A problemática da cidade moderna e sua relação com a escritura, em particular com a poesia (modernista e vanguardista), está delineada, de um modo genérico, na \"Introdução\". A questão do \"idioma nacional\" é uma problemática que ocupou a atenção de ambos poetas (sobretudo nos anos 20), com ênfase para a oralidade ou para uma tradição oral em seus respectivos contextos culturais e literários. A análise aprofunda a questão a partir de um novo contexto social e cultural em que se inserem os poetas: o urbano. Além de demarcar os principais pontos de vista dos autores sobre a oralidade, a análise busca mostrar como a mesma interfere no plano de suas escrituras, oferecendo indícios que permitam pensar, a partir de novos parâmetros, problemáticas comuns, como a tradição e a identidade cultural. O estudo da lírica borgeana mostrou a relação desta com a cidade de Buenos Aires. Borges constrói uma poética cujo espaço concreto, a cidade presente, cede lugar a um imaginário de cidade alicerçada pela memória, o sonho, o mito. No caso de Mário de Andrade e a relação de sua poesia com São Paulo, a análise se centra em dois )momentos chaves de sua poética urbana, a Paulicéia desvairada (1922) e a Lira paulistana, além de outros poemas relacionados com a cidade. Com o estudo dedicado a Mário, têm-se um quadro delineado de ambas poéticas urbanas e suas principais preocupações, seus pontos em comum e divergentes, não somente no que tange à cidade, mas também seus pontos de vista em torno da literatura, das vanguardas e outras problemáticas, na tentativa de ensaiar um possível e desejado diálogo crítico entre eles, que, espera-se, esteja explicitado no texto de \"Conclusão\"