Human Enhancement como um dispositivo de poder: atualizações dos processos de subjetivação no neoliberalismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Luckas Reis Pedroso dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-11122023-140352/
Resumo: O ferramental técnico científico atual, originado pela convergência tecnológica NBIC, permite uma passagem de temas do campo da ficção científica para o campo da realidade científica. Tal movimento estrutura um novo paradigma para se pensar o humano e todos os seus predicados. Surgem no horizonte possibilidades de transformações que abalam as estruturas nas quais nossa sociedade se sustenta. A partir de uma investigação sobre o fenômeno do human enhancement, esta pesquisa visa contribuir para a compreensão dos novos arranjos do poder e dos cuidados de si na contemporaneidade neoliberal. Este trabalho consiste em uma revisão de literatura sob a perspectiva arqueogenealógica foucaultiana, organizado sob o eixo saber-poder-subjetividade que divide a dissertação em três partes: I) Saber: o enhancement e seus enunciados; II) Poder: enhancement e as políticas no neoliberalismo; e III) Subjetividade: o sofrer, os cuidados de si e as culturas organizacionais. Dada a íntima relação entre a agenda trans-humanista e a matriz psicológica da episteme neoliberal (SILVA JUNIOR et al., 2021a), ideias de liberdade, progresso, hiper valorização da racionalidade e individualismo, maximização de desempenho/performance, estruturam novas narrativas e práticas que tornam insuficiente a ideia de concorrência/competitividade que até então caracterizam o sujeito neoliberal, gestor de si (DARDOT; LAVAL, 2016). Propomos uma leitura do human enhancement como um dispositivo (AGAMBEN, 2009; FOUCAULT, 1994), que, uma vez que articula saberes e práticas, operam os processos de subjetivação contemporâneos. Nosso trabalho visa demonstrar que tal concepção oferece uma melhor abordagem de análise e crítica dos efeitos deste processo no debate sobre pós-humanismo (BRAIDOTTI, 2013; FERRANDO, 2019). Conclui-se que seus impactos são amplos, atravessando da medicina à relação homem-trabalho, com foco nas técnicas de si contemporâneas. A compreensão deste fenômeno nos mune com balizas e referências e é indispensável para navegarmos de maneira consciente e crítica nesses novos mares.