Causalidade e aspectos cognitivos de sua codificação: os conectores causais da língua alemã

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Farah, David Edson
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8144/tde-21102014-151535/
Resumo: O presente trabalho apresenta e desenvolve conceitos oriundos da Linguística Cognitiva para investigar os aspectos cognitivos da codificação das relações causais introduzidas por conectores oracionais da língua alemã: da, denn e weil. Para tanto, este trabalho apropriou-se do aparato teórico e metodológico desenvolvido por Pander Maat & Degand (2001) e que concebe a causalidade não como uma relação única, mas como uma categoria gradual que engloba diferentes níveis de conexão. Diante disso, desenvolveram-se duas atividades elementares ao longo do trabalho. Em primeiro lugar, o levantamento bibliográfico da teoria em torno de diferentes abordagens à temática da causalidade que serviram de base para a discussão entretida nos dois capítulos iniciais. Em segundo lugar, a análise empírica de ocorrências de cada um dos conectores a partir dos métodos desenvolvidos por Pander Maat & Degand (2001), a fim de replicar seu estudo e investigar de que maneira o gradiente de relações causais pode contribuir para o estudo da causalidade na língua alemã. Ao contrapor as abordagens desenvolvidas nas tradições formalista e funcionalista de análise linguística, o presente trabalho procurou argumentar que a investigação adequada dos fenômenos relacionados à causalidade seja desenvolvidas no escopo da Linguística Cognitiva e, no caso específico desta pesquisa, no aparato teórico da Gramática Cognitiva, de Langacker (1987, 1991, 2008), já que se trata de pesquisa envolvendo aspectos da codificação gramatical da causalidade. Numa segunda etapa da discussão teórica, estabeleceram-se as bases para a pesquisa da causalidade no escopo da Gramática Cognitiva. Argumentou-se que, para o estudo bem-sucedido da causalidade, são necessários três componentes básicos: uma base conceitual sobre a qual se definem os parâmetros essenciais da experiência causal, um sujeito de consciência, ou seja, um conceituador capaz de estabelecer relações de causa a partir da base, e um conjunto de operações de perspectivação conceitual (construal operations) que determinam as formas de acesso à base conceitual. A interação entre esses três componentes determinam as diferentes categorias relacionais que compõem o gradiente causal. São elas: relação causal involuntária, relação causal voluntária, relação epistêmica causal, relação epistêmica não causal, relação de motivação entre atos de fala e relação de paráfrase entre atos de fala. A realização da parte prática do trabalho desenvolveu-se a partir da aplicação do teste de paráfrases proposto pelos autores do estudo original. As paráfrases foram adaptadas para servirem à língua alemã e suas particularidades. Do teste de paráfrase resultou que os conectores da e weil concorrem no âmbito das relações causais voluntárias. As relações epistêmicas causais são codificadas por todos os três conectores e seus usos se diferenciam a partir de diferentes organizações da estrutura informacional e do gerenciamento comunicativo. As relações epistêmicas não causais são introduzidas por da e denn, enquanto somente denn introduz relações de motivação entre atos de fala. As relações das extremidades do gradiente (causais involuntárias e paráfrase entre atos de fala) não são codificadas por meio dos conectores analisados