O Setor Informal Urbano: A Organização e as Condições de Saúde de um Grupo de Vendedores Ambulantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Ibanhes, Lauro Cesar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-05092012-115106/
Resumo: OBJETIVO: Este trabalho analisa a organização e as condições de vida e problemas de saúde referidos de um grupo de vendedores ambulantes em um espaço geográfico delimitado no bairro de Santana na cidade de São Paulo, através de uma amostra intencional disponível de 54 sujeitos. Os objetivos são: identificar as formas básicas de inserção, relacionamento e permanência no grupo, identificar os aspectos físicos, ambientais e organizacionais do processo de trabalho e levantar os itens básicos referentes à situação de emprego, instrução, tipo de moradia, renda individual e familiar e acesso aos serviços de saúde. MÉTODO: Os dados foram coletados por meio de formulários, entrevistas e observações sistematizadas. Busca-se interpretar as representações sociais através de análises de conteúdo. RESULTADOS: Tendo em vista as alterações econômico-socias e o crescimento do setor informal urbano, procura-se melhor conhecer o problema a fim de contribuir na discussão das políticas públicas, particularmente na organização e administração dos serviços de saúde. CONCLUSÕES: Dada a não absorção da mão de obra disponível e o desemprego registrados, parte destes ambulantes, na faixa dos 18 a 24 anos, se inserem no mercado de trabalho através desta atividade; outros, neste grupo de idade e até 30 anos, seguem na precariedade ou informalidade, uma vez que exerciam anteriormente ocupações sem seguir uma profissão ou carreira; outros, nas faixas anteriores, e acima dos 40 anos, são ex-pequenos e médios proprietários e/ou donos de melhores padrões escolares e experiência profissional. O grupo se pauta pela manutenção de padrões mínimos de sobrevivência, de modo particularista e sem uma organização de fato, restrita à tentativa de alguns em articular ações e padrões de comportamentos comuns, como em relação aos clientes. Não se indica atendimento de saúde para as queixas referidas dores de cabeça, costas, estômago e pernas, associadas pela maioria à postura corporal e às tensões advindas da vulnerabilidade e insegurança. São entendidas como problemas de saúde apenas quando os afastam do trabalho. Embora indique-se restrições ao acesso aos serviços de saúde do tipo ambulatorial, os casos relatados de urgência, emergência e controle são suportados pelo setor público. Observa-se um considerável consumo de remédios, inclusive sem prescrição médica.