Distribuição espacial de espécies arbóreas na área de vida de Sapajus nigritus (Primates, Cebidae) na Mata Atlântica, Parque Estadual Carlos Botelho, estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Sevghenian, Eliza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-11012013-114633/
Resumo: Apesar dos esforços na realização de pesquisas com primatas na Mata Atlântica, ainda existem poucos estudos relacionando topografia, composição e distribuição de vegetação com o padrão de ocupação da área por primatas. Pela escassez dessas pesquisas, essas relações foram analisadas em duas áreas dentro da área de vida de um grupo de Sapajus nigritus numa área de Floresta Ombrófila Densa, localizada no Parque Estadual Carlos Botelho (PECB), Estado de São Paulo. Com o objetivo de descobrir se há ou não relação entre distribuição da vegetação arbórea com o padrão de uso da área (relacionadas com as rotas realizadas em 2007) pelo grupo deSapajus nigritus. Com o auxílio de uma imagem do IBGE de 1:50.000 da área do PECB, cedido pelo Instituto Florestal, em São Paulo, foi feito um recorte da área de vida do grupo no software ArcView 9.3 para seleção duas áreas; a primeira conhecida como área central (ou área núcleo) onde o grupo utiliza com mais frequência, foi denominada de área A, e a segunda área, uma pequena porção mais periférica da área de vida com inclinação mais acentuada, denominada de área B. Em cada uma dessas áreas foram instaladas três unidades amostrais; uma em área de topo de morro, uma em área de encosta e uma em área de fundo de vale, totalizando seis unidades amostras (G1, G2, G3, G4, G5 e G6). Cada unidade amostral, contendo quatro parcelas de 20 x 20 m (400 m2), espaçadas de 40 m e 60 m e subdivididas em subparcelas de 5 x 5 m (25 m2), totalizando 24 parcelas e 384 subparcelas, perfazendo uma área de 9.600 m2. O critério de inclusão foi DAP (diâmetro à altura do peito) 10 cm. Os resultados florísticos amostraram 672 indivíduos pertencentes a 146 espécies e 84 famílias (levando em conta os indivíduos não identificados e os mortos). As famílias que apresentaram maior riqueza de espécies foram respectivamente, Myrtaceae, Lauraceae e Fabaceae para todas as unidades amostrais. Das 146 espécies amostradas, 70 são espécies utilizadas pelo grupo de Sapajus nigritus como alimento, dentre elas, 43 (a maioria) estão amostradas em ambas as áreas e estão distribuídas na menor classe diamétrica.Quanto a fitossociologia, as espécies com maior valor no índice de importância (IVI) foram: Ocotea catharinensis (Canela-preta) para as grades amostrais em áreas de topo de morro e encosta, e Alchornea triplinervia (Tapiá) para as grades amostrais em áreas de fundo de vale. Os resultados indicaram que a composição fitossociológica da vegetação das parcelas amostradas em diferentes situações de topografia, não apresentou relação com o padrão de ocupação da área pelo grupo de macacos-prego, pois as espécies arbóreas estão amostradas em ambas as áreas de maneira homogênea. O fato de o grupo utilizar com mais frequência a área central da área de vida não está relacionado com a distribuição da vegetação e nem com as feições topográficas, mas sim pode estar relacionada a outros fatores, como a disponibilidade de frutos, variação sazonal, proteção contra predadores e outros fatores comportamentais.