Microbiota bacteriana fecal e sua associação ao ecossistema e biologia da conservação de primatas da espécie Sapajus nigritus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Grassotti, Tiela Trapp
Orientador(a): Frazzon, Ana Paula Guedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/258718
Resumo: O trato gastrointestinal de primatas abriga trilhões de bactérias, podendo sua composição ser associada a diversos fatores como dieta, habitat e ecologia. Sapajus nigritus por ser considerada uma espécie onívora, possui aptidão em adaptar sua dieta de acordo com a disponibilidade de alimento, o que faz com que entrem em contato com uma ampla diversidade de micro-organismos. Desta forma, o estudo destes animais é uma oportunidade para analisar a relação entre o comportamento, adaptação e a interferência das condições ambientais na microbiota. Além disso, pela proximidade de alguns desses animais com o ambiente urbano, é de extrema importância analisar a predição metabólica, tentando-se estimar em até que ponto a proximidade e as ações dos humanos, bem como seus hábitos alimentares, podem interferir na composição bacteriana dos diferentes grupos de animais. Utilizando as técnicas de sequenciamento de alto desempenho (Ion Torrent e Illumina MiSeq), o trabalho teve como objetivo caracterizar taxonomicamente a composição e os perfis metabólicos gerais das comunidades bacterianas fecais de macacos-prego (S. nigritus) em condições selvagens e cativeiro. Foi desenvolvido o índice Classification Modeling of Environmental Multivariable (CMEM) e comparado aos metabolismos presentes nas amostras. O sequenciamento através da técnica Ion Torrent deu origem a um artigo já publicado, cuja taxonomia das 10 amostras sequenciadas divergiu dos demais estudos relacionados à microbiota intestinal de outras espécies de primatas mundialmente. Esse resultado foi associado às características próprias do bioma brasileiro e/ou devido a ação humana no meio ambiente. Já o segundo artigo ampliou os horizontes previamente explorados pelo primeiro artigo ao trabalhar com 34 amostras de S. nigritus oriundos de seis condições ambientais diferentes (quatro grupos selvagens e dois cativeiros). Através do sequenciamento pela plataforma Illumina MiSeq foi possível traçar um comparativo taxonômico, preditivo e ambiental. Observamos que os locais estudados podem não ser considerado um exemplo de biodiversidade preservada, e que reservas ou parques ecológicos podem não ser sinônimo de preservação. Desta forma, além de sentinelas para detecção de algumas doenças, os primatas podem ser considerados indicadores de qualidade ambiental.