Regeneração natural, produção de sementes e o manejo da caixeta (Tabebuia cassinoides (Lam.) D.C)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Borges, Karin Hembik
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-27062024-154153/
Resumo: O manejo de caixeta encontra-se em fase de aprimoramento, tanto das técnicas como da legislação pertinente. Entender os mecanismos de regeneração natural, bem como os fatores que influenciam este processo, é fundamental para apoiar práticas de bom manejo da espécie. Este trabalho teve como objetivos: (I) quantificar a regeneração por sementes e por brotação de raízes; (II) verificar a influência da área basal, luz e encharcamento do solo sobre a distribuição das duas formas de regeneração; (III) caracterizar os micro ambientes onde a regeneração ocorre; (IV) quantificar a produção de sementes, por árvores de diferentes classes de DAP; (V) analisar o impacto da exploração sobre a produção de sementes e a regeneração natural e (VI) discutir a necessidade de manutenção de árvores porta-sementes em caixetas sob bom manejo. O estudo da regeneração foi realizado em um caixetal intensamente explorado e em outro pouco explorado, envolvendo amostragem em parcelas de 2X2m, alocadas sistematicamente, a cada 30 e 60 metros, respectivamente. Em cada parcela foram quantificadas as duas formas de regeneração, por classe de altura, tomada a área basal média com tubo de Bitterlich, observada a condição de abertura do dossel, lâmina d\'água e os micro sítios onde se estabeleciam ambas as formas de regeneração. O estudo de produção de sementes foi realizado no caixetal intensamente explorado. Foram contados todos os frutos de 20 árvores por classe de DAP: 3-5, 5-10, 10-15, 15-20 e > 20cm. Foram contadas todas as sementes de 10 frutos por classe de DAP, obtidos de amostras homogêneas de frutos de 5 árvores/classe de DAP. Foi feito teste de germinação nas sementes estimando-se o potencial de germinação e velocidade de germinação/classe de DAP. Foi feita análise estatística dos dados; ANAVA e teste de Tukey com 5% de significância. Com base na densidade de árvores presentes na área, antes e depois da última colheita foi estimada a produção de sementes/ha por classe de DAP, nos dois momentos. Comparando a produção total de sementes/ha, com os dados do levantamento da regeneração a partir de sementes (indivíduos/ha), estimou-se a proporção de indivíduos que estão ingressando na população, em relação à produção total de sementes/ha. Os resultados mostraram que a regeneração por btotação de raizes supera a regeneração por sementes em número de indivíduos estabelecidos em porte de avoreta (> 80cm de altura), porte que garante a sobrevivência ao alagamento. A regeneração por brotação de raízes é favorecida por sítios luminosos e alagados e a regeneração por sementes por sítios também luminosos, porém alagados. Não houve diferença entre as classes de DAP para o potencial de germinação das sementes, mas houve para a velocidade de germinação, sendo que houve uma redução nas sementes das árvores de 5 a 10cm de DAP. A produção de sementes é maior em árvores de maior porte. Contudo, considerando que a grande densidade de árvores presentes nos caixetais, apresenta porte médio e pequeno, o fornecimento de sementes viáveis pode ser garantido pela manutenção desses indivíduos, distribuídos uniformemente pela área. Do total de sementes produzidas/ha, 0,05% representou a proporção de indivíduos via sementes, em porte de árvores, o que significa que as árvores remanescentes produzem sementes capazes de promover a entrada de novos indivíduos na população. Conclui-se que é possível substituir o uso de árvores porta-sementes de grande porte, pelas árvores remanescentes, contanto que a colheita seja feita de forma homogênea pela área, para evitar possíveis efeitos negativos sobre a polinização e a forma das árvores. O manejo poderá considerar, também, a manipulação dos resíduos da colheita para aumentar a frequência de micro sítios favoráveis à regeneração por sementes