Mulheres e homens em privação de liberdade e o processo de escolarização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Andrade, Beatris Clair
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-11122019-182115/
Resumo: O projeto de pesquisa que resultou na elaboração do presente trabalho está interligado com a trajetória profissional de 21 anos de experiência da pesquisadora na área da Educação em espaços prisionais. Este trabalho é permeado por interpretações à luz de referenciais teóricos que reforçam a compreensão de princípios legais, conceitos e concepções, tais como: o direito de todos à educação, os desafios da oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) no contexto do cárcere, as descontinuidades no percurso escolar do público da EJA, sobretudo de mulheres e homens que ingressam no sistema prisional e buscam nesse espaço a oportunidade de voltar à escola para continuar e possivelmente concluir a sua escolaridade básica. O tema geral do projeto de pesquisa teve como foco analisar as percepções de mulheres e homens privados de liberdade, frente ao processo de escolarização no interior de duas unidades prisionais de Santa Catarina: o Presídio Feminino de Florianópolis e a Penitenciária de Florianópolis em dois momentos de pesquisa de campo no ano de 2010 e no ano de 2018. A coleta de dados ocorreu por imersão da pesquisadora no interior das referidas unidades e por meio de entrevistas semiestruturadas, com alunos e alunas, ex-alunos e ex-alunas da Escola do Complexo Penitenciário de Florianópolis, vinculada ao Centro de Jovens e Adultos (CEJA) de Florianópolis. As entrevistas foram realizadas e gravadas em áudio, no espaço interno das unidades prisionais, sendo uma unidade exclusivamente masculina a Penitenciária de Florianópolis e a outra exclusivamente feminina o Presídio Feminino de Florianópolis. A transcrição literal das falas constituiu o material empírico para foco de análise qualitativa com base na perspectiva teórico metodológica de abordagem da análise de conteúdo, cujo objetivo é compreender as percepções expressadas, por meio dos depoimentos pessoais de homens e mulheres na condição de privação de liberdade, sobre o(s) sentido(s) do estudo dentro da prisão. Os resultados apontaram, com algumas evidências encontradas nas falas dos sujeitos, que para as mulheres voltar a estudar é, sobretudo, um ato de reconciliação familiar, de demonstração do desejo de conquistar a credibilidade social e de influenciar positivamente na vida escolar de seus filhos e netos. Para os homens, essa aposta se vincula, principalmente, com a vida futura fora da prisão, com a perspectiva de profissionalização e com o mundo do trabalho.