Bioconservação de pescado (surubim Pseudoplatystoma sp) com utilização da bactéria lática bacteriocinogênica (Carnobacterium maltaromaticum C2) e de extratos vegetais de alecrim pimenta (Lippia sidoides Cham.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Reis, Fernanda Barbosa dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60135/tde-28022010-202600/
Resumo: Alimentos minimamente processados refrigerados prontos para o consumo podem veicular a bactéria Listeria monocytogenes, causadora de infecções graves principalmente em pessoas imunocomprometidas e mulheres grávidas. A aplicação de tratamentos combinados em alimentos é uma alternativa promissora para inibição efetiva de L. monocytogenes e, neste sentido, no presente trabalho foi estudado efeito inibitório de preparações de alecrim pimenta e de bactérias láticas. Foi determinada a concentração inibitória mínima (CIM) de preparações líquidas e secas de alecrim pimenta, em diferentes temperaturas, combinadas ou não com linhagens da bactéria lática C. maltaromaticum (C2, A9b- e A9b+). O uso combinado de culturas de C. maltaromaticum produtoras (C2, A9b+) e não produtora de bacteriocina (A9b-) com ou sem EAP (extrato hidroalcoólico de alecrim pimenta) frente a L. monocytogenes também foi determinado em sistemas de pescado (caldo de peixe modelo, caldo de surubim e homogeneizado de surubim) mantidos a 5ºC por 35 dias. Os resultados de CIM de EAP frente a L. monocytogenes foram de 1,34µl/ml e 0,89µl/ml, respectivamente a 37°C e 5°C, mostrando que houve sinergismo entre EAP e temperatura de refrigeração. Dentre as preparações de alecrim pimenta testadas, EAP apresentou a maior atividade antilisteriana, mas também inibiu as carnobactérias. Não ocorreu sinergismo de EAP combinado com a bacteriocina de C. maltaromaticum C2. Em experimentos de co-inoculação em modelos de pescados, as monoculturas de L. monocytogenes e de C. maltaromaticum (C2, A9b+ e A9b-) alcançaram populações finais entre 106-108 UFC/ml. Em caldo de peixe modelo, EAP sozinho e combinado com culturas de C. maltaromaticum (C2 ou A9b- ou A9b+) apresentou efeito inibitório frente L. monocytogenes. Contudo, C. maltaromaticum (C2 ou A9b- ou A9b+) sem EAP causou pequena inibição de L. monocytogenes. Em caldo de surubim, C. maltaromaticum C2 foi a bactéria lática mais eficiente para inibir L. monocytogenes e houve produção de bacteriocina. Em homogeneizado de surubim com alto nível de inoculação, EAP sozinho e combinado com culturas de C. maltaromaticum (A9b- ou A9b+) apresentou maior efeito inibitório frente L. monocytogenes, enquanto que C. maltaromaticum C2 com EAP inibiu transitoriamente L. monocytogenes, que atingiu população final de aproximadamente 106 UFC/ml. C. maltaromaticum C2 ou A9b- inoculados em homogeneizado de surubim com alto nível de inoculação e sem EAP reduziram 3 log de UFC/ml de L. monocytogenes, mas na mesma condição foi observada a inibição de apenas 1 log de UFC/ml para C. maltaromaticum A9b+. Em homogeneizado de surubim com baixas populações iniciais de L. monocytogenes (<10 UFC/ml) foi observado que EAP sozinho e combinado com culturas de C. maltaromaticum (C2 ou A9b- ou A9b+) apresentou efeito anilisteriano. Entretanto, C. maltaromaticum (C2 ou A9b- ou A9b+) sem EAP não inibiu L. monocytogenes. Foi observado que o uso de EAP e de culturas de carnobactérias tem potencial para inibir L. monocytogenes em pescados e que as aplicações devem ser estudadas cuidadosamente, considerando a influência da matriz alimentícia.