Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Tizioto, Pamela Aline |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-23032013-130934/
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Resumo: |
A partir da leitura de pesquisas que envolvem o ensino de língua(gem), oral ou escrita, e as práticas docentes voltadas para este fim, inferimos que, ainda hoje, o trabalho com a linguagem, muitas vezes, é realizado de forma limitada, reducionista, como se aprender a língua fosse uma questão de codificar e decodificar um alfabeto. Escola e professores ainda se encontram presos ao que é determinado pelo livro didático ou por apostilas, muito utilizadas, atualmente, cujas atividades enfatizam o preenchimento de lacunas e a repetição do sentido dos textos lidos. Isso faz com que muitos professores, voltados aos materiais didáticos, não trabalhem com a língua(gem) de maneira a proporcionar ao sujeito-aluno usar a escrita para manifestar opiniões, sentimentos e sentidos que o afetam. Neste trabalho, objetivamos analisar as produções textuais de alunos do Ensino Fundamental, discursivizados como hiperativos ou com dificuldade de aprendizagem, a fim de investigar como estes alunos usam a escrita para colocar em curso os sentidos com os quais eles se identificam acerca do tema trabalhado. Isso significa que investigamos a relação entre escrita e subjetividade. A nosso ver, essa relação deve ser estudada, já que a língua é usada pelas crianças para falar o mundo e sobre ele; então, surge aqui, a necessidade de aprofundar nossos estudos sobre como a linguagem escrita é utilizada pelos alunos para escreverem acerca de suas vivências. Além disso, observaremos como se dá a constituição da identidade do sujeito, na/pela linguagem. Os sujeitos da pesquisa são alunos que frequentam o 4º e o 5º ano do Ensino Fundamental, na cidade de Ribeirão Preto SP, alunos com idade entre nove e dez anos e que foram considerados pelas professoras dos anos anteriores como alunos que apresentavam dificuldade para a leitura e a escrita, ou, considerados hiperativos. Nosso corpus é constituído pelos textos escritos por estes sujeitos acerca do tema família. A professora das turmas conduziu as aulas em que os textos foram escritos pelas crianças e nos informou sobre como se deram as condições de produção discursivas. Para a realização da coleta de dados, a professora leu, interpretou e discutiu com os alunos os seguintes textos: um poema (Infância - Drummond) e uma música (Família- Titãs), que falavam sobre o tema proposto (família) e as crianças deveriam utilizá-los como arquivo para a escrita de sua produção textual. Como resultado, as análises apontam que a autoria se instala nos textos analisados, o que contraria a formação discursiva dominante sobre os alunos considerados hiperativos ou com dificuldade de aprendizagem de leitura e escrita. Os sujeitos assumem a responsabilidade pelo dizer, marcando um posicionamento em relação ao objeto discursivo, controlando os possíveis pontos de fuga do sentido e os mecanismos internos do texto, mostrando que, mesmos os alunos considerados pela escola como alunos com dificuldades de aprendizagem, ou com hiperatividade são capazes de escrever textos que apresentam coesão e coerência, e desta forma, conseguem posicionar-se como autores de seus textos, sustentando o seu dizer por meio de escritos nos quais eles inscrevem subjetividades. |