Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Santos, Eliandro Antonio Sordi dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-04012018-121131/
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Resumo: |
Jogar é uma atividade inerente à experiência humana. Em razão disso, os jogos e o jogar, enquanto fenômenos culturais, são amplamente estudados pela psicologia e pela antropologia nos seus aspectos de linguagem e estrutura. Alguns desses estudos, no que tangem à performance, abordam os jogos enquanto rituais transformadores. Uma das modalidades de jogo que vai se enquadrar nesse contexto são os jogos narrativos de interpretação (RPG), que já tem sido aplicados à práticas educacionais mas ainda carece de mais olhares da psicologia. Os objetivos desse estudo são, justamente, entender como o RPG pode ser utilizado enquanto um instrumento de psicoterapia e qual o benefício desse procedimento. Partindo desse princípio, foram escolhidos para este estudo 6 casos de atendimentos em psicoterapia realizados pelo autor que se valeram do uso de jogos de interpretação como um instrumento de avaliação e elaboração. A seleção dos casos incluiu a presença de um processo de luto, seja por uma perda concreta ou simbólica, como variável. A escolha desse recorte se deu pela inerente experiência humana da perda e da consciência de término. Já a reflexão sobre o conteúdo, e sua relação com a performance e a psicologia, é feita sob a ótica da teoria linguística bakhtinana e as contribuições da antropologia. O que se encontra ao analisar os casos apresentados é potencial dos jogos narrativos em projetar conteúdo dos pacientes nos personagens criados ou nas histórias narradas durante o jogo. Isso se deve, muito provavelmente, pelo ato de fantasiar servir como uma comunicação do inconsciente. Mais ainda, também se observa o jogar como uma caminho de escuta de si mesmo e, consequentemente, uma porta para ressignificação. Também se encontra que o processo de luto é, em verdade, parte de uma narrativa sobre os afetos, não sobre as perdas. Para tanto, é necessária a escuta dessa narrativa. A partir disso, é discutido como não só os jogos de interpretação, mas também o processo psicoterapêutico é um ritual. Paciente e psicólogo, quando dispostos e conscientes desse ritual, estão a tecer juntos uma narrativa transformadora. Assim sendo, conclui-se que os jogos de interpretação podem ser instrumentos valiosos na construção de um enfrentamento do luto. É necessário que o psicólogo se permita uma sensibilidade e uma flexibilidade em buscar a estética na história que se conta e se escuta, de forma que também o paciente se permita dar novos lugares a velhos sofrimentos. A psicoterapia está longe de ser uma técnica encerrada em si mesmo e em seu campo do saber |