Modo de vida e vivência do morto na tenda espírita de umbanda Pai Benedito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Pasqualin, Flavia Andréa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-22122009-112904/
Resumo: Essa pesquisa trata-se do estudo de caso de um terreiro de umbanda, a Tenda Espírita de Umbanda Pai Benedito, situada na cidade de Jardinópolis-SP. Teve como objetivo geral apreender o modo de vida de uma comunidade afro-brasileira e específicos identificar especificidades e possibilidades de construção de significados abertas pelo recurso ao dispositivo cultural que afirma a sobrevida dos mortos e a sua participação na vida social e psicológica dos vivos, como também, conhecer concepções umbandistas a este respeito. O método adotado foi a participação da pesquisadora no cotidiano do grupo e o registro sistemático das narrativas que envolviam relatos deste tipo. Para efeito de análise deixou-se em suspenso quaisquer juízos a respeito da plausibilidade ou inverosimilhança da tese, uma vez que não se tratou de discutir a crença metafísico-religiosa subjacente, mas tão somente de observar e descrever o seu alcance na vida psíquica e na interação social. Sendo assim, admitido que o morto participa da vida social e psíquica do grupo, visou-se compreender como essa presença entre os vivos cria ou modula sentidos e possibilidades de vivências psíquicas, assim como regula as relações interpessoais. O método adotado foi o etnográfico, que proporcionou uma participação observante, com o objetivo de descrever a comunidade por dentro e a história oral, foi utilizada como um recurso a mais para ouvir os relatos orais. Para efeito de análise levaram-se em conta considerações teóricas a respeito da natureza do discurso narrativo, inspiradas em Lacan e Bakhtin, que propiciaram tratar além das narrativas. Contudo, não se pretendeu esgotar a totalidade de possibilidades abertas por estes recursos. Conclui-se que o recurso ao morto como significante e interlocutor social possibilita grande riqueza e sutileza de recursos expressivos, capazes de fortalecer laços interpessoais e intergeracionais e de promover concomitantemente inclusão social e integração psíquica.