Morfometria geométrica alar na identificação de mosquitos (Diptera: Culicidae) com importância epidemiológica negligenciada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Ana Leticia da Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5179/tde-04082021-112558/
Resumo: A família Culicidae compreende mais de 3.582 espécies de mosquitos descritas, sendo algumas delas responsáveis pela transmissão de agentes etiológicos causadores de doenças infecciosas. A identificação correta de espécies de culicídeos é essencial para vigilância e controle de vetores e colabora para o estabelecimento de padrões de transmissão de doenças. Comumente a morfologia externa é utilizada para a identificação de espécies, por meio de chaves taxonômicas, técnica que se torna inviável ou complexa caso o espécime esteja danificado ou pertença a um complexo de espécies crípticas. A morfometria geométrica alar (MGA) mostrou-se uma ferramenta acessível e confiável para a identificação de mosquitos, incluindo espécies crípticas. Desse modo, o objetivo deste estudo é usar morfometria geométrica para identificação de dezesseis espécies de mosquitos, algumas dessas com importância epidemiológica descrita por participarem do ciclo de transmissão de agentes etiológicos, e compreendendo oito gêneros (Aedes, Coquillettidia, Culex, Limatus, Mansonia, Psorophora, Runchomyia e Wyeomyia). As asas direitas de 390 indivíduos, previamente identificados morfologicamente, foram removidas e fotografadas para utilização nas análises de morfometria geométrica alar. Asas de quarenta e dois indivíduos do subgênero Melanoconion, não identificados à nível de espécie, foram comparadas com as demais espécies do estudo para testar a eficácia da técnica de MGA. Para as análises dos resultados, 18 marcos anatômicos foram indicados nas asas. A influência alométrica foi acessada por regressão multivariada das coordenadas de Procrustes contra o tamanho do centróide antes das análises; a Análise de Variável Canônica (CVA) para gêneros e espécies foi feita, quando possível, e um teste de reclassificação cruzada foi realizado para cada indivíduo. Árvores de Neighbor-Joining foram construídas através das distâncias de Mahalanobis acessadas pela CVA, com 1.000 bootstraps. As análises e gráficos foram realizados com auxílios dos softwares MorphoJ1.02 e Past 2.17c. A CVA de gêneros resultou em clusters distintos para Culex, Limatus e Psorophora e sobreposição parcial entre Aedes, Coquilettidia e Mansonia, um segundo cluster com sobreposições entre Runchomyia e Wyeomyia. O teste de reclassificação cruzada resultou em 99% de acurácia na identificação de gêneros e 96% na identificação de espécie; em 160 das 260 comparações possíveis, as espécies foram identificadas com 100% de acurácia. No que concerne às análises feitas com os espécimes de Culex (Melanoconion) sp., é possível observar que houve distinção destes com as demais espécies presentes no estudo, o que indica que nenhum deles corresponde às espécies do subgênero Melanoconion incluídas anteriormente nas análises. Os resultados mostram que os oito gêneros aqui utilizados foram corretamente identificados, bem como subgêneros e a maioria das espécies, pela forma da asa. Esses resultados demonstram a eficácia da MGA na identificação das espécies de mosquitos aqui utilizadas. Mais estudos são necessários para elucidar a eficácia da ferramenta com outras espécies