Entre o meme e a campanha: representação e ação na cultura digital

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Kobayashi, Sergio Mikio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-28022019-133545/
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo compreender a constituição sociodiscursiva de uma cadeia de gêneros no meio digital. O corpus utilizado nesta pesquisa consiste em um recorte da cadeia de gêneros denominado Bela, Recatada e do Lar, constituída por três nós: a reportagem Marcela Temer: Bela, Recatada e do Lar, publicada pela Revista Veja em abril de 2016; a campanha de Memes surgida como resposta à representação de mulher, realizada pela revista; e os tweets-resposta que avaliaram a participação dos homens na campanha. A fundamentação teórica a partir da qual se conduziu a pesquisa foi a Análise Crítica do Discurso de base faircloughiana (1989; 2010; 2011; 2013), somada a diálogos com conceitos do Círculo de Bakhtin (1979, 2003) e com as reflexões teóricas de Shifman (2013), Castells (2015), Saffioti (1987), Wolf (1992), Souza-Júnior (2011), Lévy (2000) e Elias (2014) a respeito das redes sociais, de gênero e de Meme. Em termos do aparato descritivo, cada nó da cadeia requisitou diferentes categorias de análise: para a reportagem, a descrição foi realizada por meio da Referenciação e da Categorização (Koch, 2014) e da transitividade (Halliday, 2004[1985])); para os Memes, recorreu-se à Interação entre o verbal e o visual (Unsworth, 2006); e para os tweets, utilizou-se a Avaliatividade (Martin e White, 2005). Através da descrição da reportagem, observamos uma representação de mulher subalterna às questões públicas e sexuais, que passa a ser ressignificada nos Memes quando mulheres e homens constituem uma campanha; na descrição dos Memes, apontamos relações lógico-semânticas de divergência, quando protagonizados por mulheres, e de concordância, quando protagonizados por homens, e, por fim, na descrição do twites que remetiam à participação de homens na campanha, observamos avaliações negativas majoritariamente, comprovando uma hegemonia discursiva feminista no Twitter. A análise sociodiscursiva, auxiliada pela descrição linguística dos nós da cadeia, comprovou a transformação de um discurso de resistência feminista em uma hegemonia nas redes sociais, verificada pela avaliação da participação de homens na campanha. Além disso, também foi possível promo ver um debate, ainda que inicial, de uma metodologia para pesquisa com gêneros discursivos em cadeia.