Padrão de absorção e de evaporação de fraldas em incubadoras aquecidas e umidificadas utilizadas no manejo de pacientes prematuros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Almeida, Natalia Scavazzini Mendes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-23082020-110938/
Resumo: Introdução: A prematuridade está aumentando em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e uma parte vital dos cuidados para a estabilidade desses pacientes é a gestão de seus fluídos e eletrólitos. Uma das maneiras para minimizar as perdas hídricas dos recém-nascidos, é acomodá-los em incubadoras que tem como função proporcionar um ambiente termo neutro, através do controle de temperatura e umidade relativa do ar e outra maneira é realizar um balanço hídrico rigoroso, por meio da pesagem das fraldas em balanças, para mensurar a diurese. Assim, evita-se alterações clínicas indesejáveis como a desidratação, hemorragia intracraniana, hipernatremia, podendo causar danos irreversíveis nos prematuros. Entretanto a mensuração de diurese através da pesagem de fradas é um meio falho e sujeito a interferência de vários fatores. Objetivo: Estabelecer um valor que expresse a absorção das fraldas em diferentes níveis de umidificação. Metodologia: Estudo pré-clínico experimental, realizado no Centro de Terapia Intensiva Neonatal de um Hospital Universitário de complexidade terciária em Ribeirão Preto. Os experimentos foram divididos em 4 grupos: Grupo A: Teste exclusivo de absorção (fraldas abertas secas), Grupo B: Teste misto de absorção e evaporação (exposição de fraldas úmidas e fraldas secas) Grupo C: Teste de redução de superfície (colocamos sobre as fraldas um frasco de soro fisiológico de 100 ml para simulação da superfície corporal de um recém-nascido) e Grupo D: Teste de isolamento da superfície de absorção ( fraldas fechadas secas e úmidas). Todos os experimentos tiveram duração de 6 horas e temperatura do ar aproximadamente de 30ºC, tamanho amostral total de 240 fraldas. Utilizamos diferentes graus de umidificação das incubadoras (80%, 40% e 30%). Resultados e Discussão: No grupo A de teste exclusivo de absorção quando a incubadora está umidificada a 40%, não ocorre a absorção, diferentemente de quando umidificada a 80%, que ocorre uma absorção de 2,58g por fralda. No grupo B, de teste de absorção e evaporação, notamos que após a umidificação das fraldas, ocorreu evaporação das mesmas quando a incubadora estava umidificada a 30% e 40%. Já com umidificação a 80%, ocorreu absorção de 0,58g por fralda, mesmo previamente umedecidas. O grupo C, do teste de redução de superfície, quando colocado um frasco de soro fisiológico de 100 ml sobre a fralda úmida e sobre a fralda seca, simulando um recém-nascido, observamos que com umidificação a 30% e 40% ocorreu evaporação. Quando testamos a redução de superfície com a umidificação a 80%, constatamos ainda o mesmo padrão de absorção dos experimentos anteriores, com valores semelhantes, portanto, a redução de superfície mesmo em altas umidades não interfere na absorção. No grupo D do teste de isolamento da superfície de absorção, quando as fraldas estavam secas e fechadas, elas absorveram uma quantidade muito pequena nas diferentes umidades, mesmo com 80%. As fraldas fechadas e úmidas também obtiveram redução da absorção com umidade a 80%, quando a umidificação estava a 30%, também ocorreu redução na evaporação. Avaliamos nossos experimentos segundo a variação de pontos percentuais e observamos maior absorção (13,72 pontos percentuais) nas fraldas secas abertas umidificadas a 80% e maior evaporação nas fraldas úmidas com redução de superfície, umidificada a 30%, com redução de 9,06 pontos percentuais no peso. Conclusão: Notamos, portanto, que não é possível estabelecer um valor matemático para mensuração da diurese nas diferentes umidificações, porque constatamos que a porcentagem de gel saturado nas fraldas interfere no padrão de absorção e na prática clínica, seria impossível determinar o momento em que o neonato urina, num período de 6 horas (período da troca de fralda). Entretanto, foi possível observar que ao utilizar a fralda fechada para a mensuração da diurese podemos minimizar os efeitos absortivos ou de evaporação na mensuração da diurese, portanto recomendamos essa modalidade nas unidades neonatais.