Relação entre perfil lipídico da gestante e adiposidade do concepto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Batista, Lívia Patricia Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-13092019-133424/
Resumo: Introdução: Alterações no metabolismo materno durante a gestação, que modiquem a disponibilidade de nutrientes para o feto, podem contribuir para o risco de maior adiposidade e desenvolvimento de doenças crônicas na prole. Nesse contexto, o perfil lipídico da gestante tem sido associado com o peso ao nascer e/ou adiposidade do concepto, embora não esteja claro se tem impacto independente de outras fontes energéticas maternas, havendo pouco conhecimento sobre o tema, especialmente no que se refere a adiposidade. Objetivo: Avaliar a relação entre o perfil lipídico materno em três períodos gestacionais e a adiposidade do feto e recém-nascido. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, coorte prospectiva, desenvolvido em Araraquara e região, envolvendo gestantes atendidas na Rede de Atenção Básica do SUS e na maternidade municipal Gota de Leite. As gestantes foram acompanhadas nos seguintes períodos gestacionais: <= 19, 20-29 e 30-39 semanas e na data do parto. Foram avaliadas 768 gestantes no 1º período da gestação, 702 pares de gestantes e fetos no 2º período, 622 pares no 3º período e 228 pares de gestantes e recém-nascidos. O perfil lipídico materno foi determinado por método colorimétrico enzimático (colesterol total/frações e triacilgliceróis) e por imuno-turbidimetria (apolipoproteína - APO A-I e B). Também foram avaliadas glicemia e insulina de jejum e hemoglobina glicada, respectivamente, pelos métodos ensaio UV enzimático de referência com hexoquinase, método de quimioluminescência e cromatografia líquida de alta eficiência; e calculado o índice HOMA. A adiposidade do feto e recém-nascido foram avaliadas, respectivamente, por ultrassom e pletismografia por deslocamento de ar. Os dados foram analisados, por regressão linear longitudinal múltipla com efeitos mistos. O nível de significância em todos os testes foi de ?=5%. Resultados: Verificou-se no 2º período de gestação, associações diretas entre HDL-c materna e adiposidade do abdômen e coxa do feto e associação inversa entre apo A-I e adiposidade do abdômen fetal. Para cada 1 mg/dL de HDL-c houve aumento de 0,020 mm (p=0,004) e 0,030 cm2 (p=0,047) no tecido adiposo subcutâneo do abdômen e coxa, respectivamente. Para cada 1 mg/dL de apo A-I houve decréscimo, em 0,009 mm (p=0,001) no tecido adiposo subcutâneo do abdômen. No 3º período de gestação verificou-se associação inversa entre apo A-I materna e adiposidade do braço do feto. Para cada 1mg/dL de apo A-I houve redução na adiposidade do braço do feto em 0,14 cm2 (p=0,037). Em relação ao RN, não houve associação entre o perfil lipídico e percentual de gordura da criança. Conclusão: Esse estudo inédito na literatura internacional aponta para um impacto diferenciado da HDL-c e apo A-I maternas no acúmulo de gordura fetal, de acordo com o período gestacional investigado, e também mostra relações entre o IMC pré-gestacional, ganho de peso e hemoglobina glicada maternas com adiposidade do feto; e sexo da criança e glicemia materna com adiposidade do neonato.