Bronquiolite viral aguda: etiologia e impacto clínico imediato e tardio em pacientes atendidos em um hospital privado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Nascimento, Milena Siciliano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-10052010-155607/
Resumo: Bronquiolite viral aguda é mundialmente a doença de vias aéreas inferiores mais comum entre lactentes e crianças jovens, sendo uma das principais causas de hospitalização na infância. Um grupo específico de crianças tem risco aumentado para desenvolver quadros mais graves sendo que os principais fatores de risco associados são: idade, sexo, co-morbidades (prematuridade, presença de displasia broncopulmonar e cardiopatia congênita, imunodeficiência), fatores ambientais e socioeconômicos e historia de atopia familiar. Os principais agentes etiológicos associados a bronquiolite são o vírus sincicial respiratório (VSR); influenza A e B; parainfluenza 1, 2 e 3 e adenovírus, picornavírus, coronavírus e metapneumovírus humano. O objetivo deste estudo foi avaliar a etiologia e o impacto clínico de infecções por vírus respiratórios em lactentes com idade entre 0 a 2 anos durante o primeiro episódio de sibilância, atendidas no Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. Os vírus respiratórios foram investigados na amostra de lavado nasofaríngeo, exclusivamente por métodos de biologia molecular incluindo RT-PCR em tempo real (vírus sincicial respiratório, influenza, parainfluenza, rinovírus) RT-PCR convencional (coronavírus e metapneumovírus humano) e PCR convencional (adenovírus e bocavírus humano). Os desfechos avaliados foram impacto clínico imediato (hospitalização e admissão em unidade de terapia intensiva - UTI) e tardio (chiado recorrente), através do atendimento inicial e de entrevistas telefônicas aos 15 e 30 dias (impacto imediato) e posteriormente aos 3, 6 e 12 meses (impacto tardio). Chiado recorrente foi caracterizado pela ocorrência de três ou mais episódios de sibilância tratamento com medicação profilática para asma durante o seguimento. A verificação de associação entre as variáveis explicativas e os desfechos escolhidos foi feita através de modelo de regressão logística uni e multivariada, expressando os resultados em razão de chance (odds ratio, OR). O nível de significância adotado foi p< 0,05. Foram incluídos 77 lactentes, com mediana de idade de 6±4 meses. A identificação de pelo menos um vírus respiratório ocorreu em 72 (93%) das amostras. O vírus sincicial respiratório foi positivo em 49 amostras (64%), seguido por rinovírus (34%), enterovírus (21%), metapneumovírus humano (16%), bocavírus humano (12%), parainfluenza 3 (8%) e influenza A (2%), coronavírus (2%) e parainfluenza 1 (1%). Co-detecções foram observadas em 34 amostras (44%). Dos 77 lactentes incluídos no estudo, 32 (41%) necessitaram internação e 8 foram admitidos em UTI, sendo que estes eram mais jovens (p=0,02) e apresentaram maior tempo de internação (6,4 x 3,9 dias, p=0,012) em relação aos lactentes que internaram em apartamento. Quanto ao desfecho internação, idade mais jovem esteve associada a maior risco de internação (OR=0,83; p=0,026), enquanto atopia teve efeito protetor (OR=0,20; p=0,021). Identificação de enterovírus esteve associada a aumento do risco para internação (OR=6,03; p=0,027). Prematuridade foi a única variável associada a um significativo risco de admissão em UTI (OR=24,51; p=0,002). Após um ano de seguimento, 55% dos pacientes foram caracterizados como chiadores recorrentes, mas nenhum fator de risco ou etiologia viral estiveram associados a este desfecho.