Bullying como forma de sociabilidade juvenil: um estudo sobre práticas interacionais entre meninas na construção de identidades de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Jesus, Jamile Silva Guimarães de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-18042017-094354/
Resumo: Esta pesquisa é um estudo etnográfico realizado em duas escolas públicas do segundo ciclo do ensino fundamental (6º a 9° anos), de duas capitais, São Paulo e Salvador. Tendo como objetivo compreender o papel do bullying no processo de construção da identidade de gênero entre as meninas, foram utilizadas as seguintes técnicas metodológicas: observação participante, conversas informais individuais e grupais com jovens de ambos os sexos e entrevistas em profundidade com garotas, na faixa etária de 11 a 15 anos. A instituição escolar constitui um espaço basilar de poder que regula, normaliza e inculca modelos de feminilidade e masculinidade e da sexualidade heterossexual. Nesse processo de aprendizado social das identidades de gênero, o grupo de pares exerce papel fundamental na reprodução e/ou ressignificação das normas, práticas e discursos relacionados à feminilidade. O bullying cumpre um importante papel como mecanismo cultural estruturado para a prescrição de formas de produção e modelagem dos sujeitos. Tomando como ponto de partida as práticas interacionais cotidianas de inclusão/exclusão social, interpreta-se o bullying entre garotas como uma forma de sociabilidade, assentada em um jogo de diferenças e oposições. As disputas cotidianas entre as meninas associam-se à regulação da sua sexualidade e conformam um processo feminilizante através do controle e da punição de condutas socialmente reprovadas. Por meio dessas interações de regulação e controle da sexualidade são coproduzidas categorias de identidade de gênero, mediante a demarcação e negociação de posições e papéis na hierarquia social