Avaliação da eliminação de resíduos de verde de malaquita em pescados empregando LC-MS/MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silveira, Juliana Grell Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60134/tde-04092019-103638/
Resumo: O verde de malaquita (VM), corante amplamente utilizado na indústria têxtil, foi introduzido na aquicultura como agente ectoparasiticida, fungicida e antisséptico. Administrado por meio de banhos terapêuticos, atualmente, o VM tem seu uso liberado apenas para peixes ornamentais. O seu emprego em animais da aquicultura foi banido por diversos órgãos regulatórios mundialmente devido às propriedades carcinogênica, mutagênica e teratogênica do próprio VM, bem como do seu metabólito, o verde de leucomalaquita (VLM). Porém, devido à sua eficiência no tratamento de diversas infecções de importância na aquicultura, baixo custo de obtenção e a carência de alternativas terapêuticas devidamente regulamentadas para a aquicultura, reconhece-se que os produtores continuam administrando o VM a peixes, visto que programas de controle de resíduos em alimentos do mundo todo continuam reportando a detecção de seus resíduos em alimentos da aquicultura. Diante desta problemática, a presente dissertação teve como objetivo avaliar o perfil de eliminação do VM e do VLM em tilápia e pacu, peixes de importância econômica no país e que, por apresentam composições corpóreas com diferentes teores de lipídio, podem apresentar diferenças significativas no perfil de eliminação residual do VM e VLM. Para tanto, métodos analíticos foram desenvolvidos para quantificação do VM e VLM em filés (músculo com pele em proporções naturais) de tilápia e pacu, empregando o método QuEChERS de extração associada à técnica instrumental de LC-MS/MS. Para separação cromatográfica foi utilizada coluna C18 e fase móvel composta por tampão acetato de amônio (10 mM; pH 4) e ACN sob eluição por gradiente. O MS operou no modo de reações selecionadas (SRM), com ionização por ESI em modo positivo. Para a quantificação dos analitos, foi utilizado o verde brilhante como padrão interno. Para validação dos métodos tomou-se como referência os parâmetros linearidade, precisão, exatidão, limite de detecção e de quantificação e seletividade, recomendados pelo guia VICH GL49, o qual é voltado para métodos analíticos destinados a estudos de depleção residual. Os estudos de depleção em tilápia e pacu foram realizados a partir da exposição dos animais durante 1 hora por banho terapêutico de imersão em água contendo 1,0 mg L-1 de VM. A eliminação residual foi avaliada a partir de análises das amostras colhidas dos peixes abatidos nos tempos correspondentes a 1 dia, 3, 5, 11, 17, 21, 26 e 32 dias após a exposição ao VM. Observou-se que o VM foi rapidamente metabolizado a VLM, seu metabólito mais persistente. Concentrações significativamente mais altas dos resíduos marcadores foram encontradas em pacu (até 1991,4 ± 659,5 ng g-1 para a soma de VM e VLM; n = 10), o que atribuímos ser devido ao teor mais alto de gordura no músculo deste peixe, quando comparado à tilápia (até 285,5 ± 89 ng g-1 para a soma de VM e VLM; n = 10). Por extrapolação dos dados estatísticos obtidos, estimou-se o período mínimo necessário para eliminação dos resíduos marcadores a níveis inferiores ao Limite Mínimo de Performance Requerido (2 ng g-1) em 44 dias para a tilápia e 342 dias para o pacu.