Efeito do placebo aberto no desempenho esportivo de ciclistas mulheres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Saito, Tiemi Raquel de Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-22072021-170537/
Resumo: O efeito placebo é uma resposta psicobiológica gerada a partir da crença de que uma intervenção positiva foi recebida. A ideia de que a expectativa no tratamento e o protocolo enganoso são necessários para a geração do efeito placebo tem sido contestados em estudos clínicos recentes, os quais vem demonstrando que o efeito placebo pode ocorrer mesmo na ausência de expectativas positivas após a aplicação do placebo aberto. Já no meio esportivo, o tema tem sido pouco explorado. Neste projeto, investigamos o efeito do placebo aberto no desempenho de ciclistas mulheres em um teste contrarrelógio de 1 km. Vinte e oito ciclistas treinadas foram submetidas a um teste contrarrelógio após intervenção com placebo aberto e após uma sessão controle. A intervenção consistiu em uma apresentação sobre o conceito de placebo aberto e a ingestão de duas cápsulas contendo placebo. Frequência cardíaca (FC) e percepção subjetiva de esforço (PSE) foram monitoradas durante o teste. Questionários sobre otimismo e crença em suplementos esportivos foram aplicados antes dos testes. Um questionário sobre a influência da cápsula no desempenho foi aplicado pós-exercício. O placebo aberto melhorou o tempo no teste contrarrelógio (103,6 ± 5,0 vs. 104,4 ± 5,1 s; -0,7 ± 1,8 s; -0,7 ± 1,7 %; p=0,039) e potência média (244,8 ± 34,7 vs. 239,7 ± 33,2; +5,1 ± 9,5 W; p=0,01). A análise individual demonstrou que 11 ciclistas melhoraram, treze não apresentaram diferenças e 4 pioraram o desempenho no teste após intervenção com placebo aberto. A FC, a PSE e o lactato sanguíneo não foram diferentes entre as condições (p>0,05). Expectativa não demonstrou-se necessária para induzir melhora no desempenho. Na média, o placebo aberto melhorou o desempenho de ciclistas treinadas. Embora a intervenção tenha sido positiva para algumas ciclistas, houve alta variabilidade individual, sendo que algumas ciclistas apresentaram pior desempenho. Sendo assim, intervenções com o placebo aberto devem ser aplicadas cautelosamente por profissionais da área, enquanto mais estudos são necessários.