Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Duarte, Rildo Borges |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-19032019-121834/
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Resumo: |
Esta tese analisa os projetos do Mapa Internacional do Mundo ao Milionésimo e da Carta do Brasil ao Milionésimo em comemoração ao centenário da independência. Elaboradas e desenvolvidas durante as primeiras décadas do século XX, estas produções cartográficas estão ligadas ao processo de padronização de pesos e medidas inseridas no contexto de unificação material do mundo dada pela expansão das relações capitalistas de produção. No caso do projeto mundial, idealizado pelo geógrafo alemão Albrecht Penck, no 5º Congresso Geográfico Internacional, realizado na cidade de Berna em 1891, o principal objetivo era o de confeccionar um novo mapa para aquele mundo novo que se apresentava unido sob a égide do cientificismo e do liberalismo. Porém, a sua realização só ocorreu a partir de contornos geopolíticos e imperialistas bem definidos, com a articulação das instituições cartográficas das principais potências, em um processo de reafirmação dos centros e de redesenho das periferias. No Brasil, o Clube de Engenharia se responsabilizaria, com a liderança de figuras como Paulo de Frontin e Francisco Bhering, pela confecção da Carta do Brasil ao Milionésimo. As formas como o País se inseriu, com esta Carta, no projeto do Mapa Internacional do Mundo se conectavam ao discurso modernizador que associava progresso técnico, avanços científicos e evolução civilizatória. Este era um modelo eurocêntrico de desenvolvimento que se traduzia em diversos discursos e projetos sobre o território brasileiro na transição do século XIX para o XX. Estes planos visavam atender à ânsia modernizadora do Estado republicano e das classes hegemônicas como parte do projeto de dominação e controle do território e de sua população. Neste sentido, o conhecimento geográfico do território, traduzido em linguagem cartográfica, servia aos interesses daqueles que pretendiam fazer avançar a civilização no País. Daí a importância de participar ativamente de projetos como o da Carta do Mundo, como forma de mostrar-se capaz de mapear os mais recônditos pontos do território. Os mapas analisados nesta tese são capitais para entender como uma cartografia para o capitalismo teve que ser criada e universalizada. |