Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Resende, Bruna Yurie Takasaki Lara |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-03112020-213357/
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Resumo: |
A mentira pode ser definida como uma tentativa intencionada, bem ou malsucedida, sem aviso prévio de criar em outro uma crença que o comunicador não considera verdadeira. Sabe-se que a habilidade empática se relaciona com a capacidade cognitiva de inferir os estados mentais de outras pessoas mantendo a condição de como se, evitando que o sujeito se identifique e sinta as emoções do outro em vez de compreendê-las. Ainda, essa capacidade empática parece influenciar na detecção de mentiras. Entretanto, a habilidade de detecção pode ser influenciada por diversas características como o estereótipo racial. É de conhecimento que a rotina policial exige interação com diferentes condições e raças, inclusive, em atividades como o gerenciamento de crises. Para tal, a negociação é a primeira das alternativas táticas utilizada, mostrando a importância da empatia e honestidade para o estabelecimento do vínculo a fim de alcançar uma solução pacífica. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar a influência da empatia de negociadores da Polícia Militar em sua habilidade de detecção de mentiras. Para isso, a construção dos estímulos se deu pela gravação de 68 voluntários que geraram três vídeos cada: no primeiro, vídeo base, respondiam perguntas para estabelecer o padrão de respostas sinceras. No segundo, contavam uma história verdadeira em uma das condições experimentais (emoções positivas ou negativas). Por fim, recontavam a história anterior alterando os indivíduos presentes, local e data para torna-lo um vídeo mentiroso. Posteriormente, os vídeos foram validados por 40 novos voluntários que julgavam a veracidade dos discursos e realizavam a heteroatribuição de raça dos atores. Assim, selecionaram-se os 64 vídeos com menores taxas de acerto dentro de cada subgrupo (atores brancos e negros), sendo sempre o vídeo base e o vídeo verdadeiro ou mentiroso. Finalmente, para aplicação dos estímulos foram recrutados 25 policiais em formação (GC) e 27 policias negociadores (GE) que assistiam aos vídeos, julgavam a veracidade do discurso e marcavam o quanto se sentiram identificados, além de apontar os sinais que consideravam indicativos de verdade ou mentira. A construção da escala de julgamento da veracidade teve como base a Teoria de Detecção de Sinal que também forneceu a medida de sensibilidade para distinção do sinal (mentira) e do ruído (verdade). Como resultado, a empatia não se mostrou diretamente relacionada a detecção de mentiras. Já a identificação se mostrou prejudicial para o julgamento realizado pelos negociadores, visto que quanto mais identificados, parecem considerar, com maior frequência, aquilo que está sendo dito como verdade. Em relação a raça, o GC apresentou maior taxa de falso alarme e menor taxa de acerto quando o ator era negro, considerando esses atores como mais mentirosos ainda que estivessem falando a verdade. Espera-se que esses resultados possam conscientizar esses profissionais dos vieses que ocorrem nesse processo e auxiliar no desenvolvimento de futuros treinamentos. Assim, esperamos que cada vez mais crises possam ser resolvidas pacificamente. |