Estudo randomizado controlado do uso de técnicas psicodramáticas para tratamento ambulatorial de pacientes com transtorno de escoriação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gulassa, Daniel Carr Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-04092019-110422/
Resumo: INTRODUÇÃO: O transtorno de escoriação (TE) é caracterizado pela escoriação recorrente da pele, ocasionando lesões, apesar de repetidas tentativas de cessar o comportamento. Dentre os tratamentos disponíveis, a psicoterapia vem demonstrando ser a alternativa mais eficaz, mas faltam evidências para se estabelecer um método definitivo de tratamento. Os indivíduos com TE têm dificuldade em identificar e manejar suas emoções, e a escoriação pode ser uma tentativa malsucedida de regulá-las. O objetivo do presente estudo foi investigar a eficácia da psicoterapia psicodramática em grupo para melhora da regulação emocional e redução de sintomas dos portadores de TE. MÉTODO: estudo randomizado e controlado, com grupo experimental submetido à psicoterapia psicodramática em grupo (PPG) e grupo controle, à psicoterapia de apoio em grupo (PAG). Cinquenta e três pacientes foram selecionados, 26 tratados com PPG e 27 com PAG. Duas escalas foram traduzidas, adaptadas, validadas para o português brasileiro e utilizadas para avaliação do desfecho - a skin picking scale revised e a skin picking impact scale short version. Além destas, foram utilizadas a escala de dificuldade de regulação emocional, escala de impressão clínica global, escala de depressão de Beck, escala de ansiedade de Beck e escala de adequação social. RESULTADOS: Não houve diferenças relevantes dos perfis sociodemográficos e clínicos entre os grupos experimental e controle. A maioria da amostra constituiu-se de mulheres caucasianas com formação cristã e diploma universitário, com alto índice de comorbidades, sendo depressão e ansiedade as mais recorrentes. Quando a analisada em conjunto, a amostra total apresentou redução significativa da escoriação ao longo do tempo (p= < 0,001), mas não houve diferença significativa na comparação entre os grupos (p=0,410). Também houve melhora para a amostra total no impacto da escoriação (p=0,001), dificuldade de regulação emocional (p=0,023), ansiedade (p=0,001) e impressão clínica global (p= < 0,001), porém na comparação entre grupos não houve diferença significativa nestes aspectos (respectivamente p=0,336; p=0,255; p=0,524; p=0,601). Sintomas depressivos e adequação social apresentaram melhora ao longo do tratamento, com tendência a significância (p=0,081 e p=0,066, respectivamente). DISCUSSÃO: O presente estudo apresenta um perfil de paciente em tratamento por TE compatível com o relatado em estudos anteriores no que diz respeito aos aspectos sociodemográfico e clínico, além de uma boa resposta clínica ao tratamento com psicoterapia de grupo, independentemente do método utilizado (PPG ou PAG). CONCLUSÃO: A PPG não foi superior ao PAG. O tratamento em grupo pode ser uma opção para indivíduos com TE, com benefícios que extrapolam a melhora do comportamento de escoriação da pele, como por exemplo a superação do isolamento social e a melhora da regulação emocional