Crianças e adolescentes com necessidades especiais de saúde: a produção do cuidado nos serviços de Atenção Primária à Saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sulino, Mariane Caetano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-20032020-152358/
Resumo: Crianças e adolescentes com demandas de cuidados complexos, contínuos e de longa duração nos setores saúde, educação e/ou social, que ultrapassam aqueles cuidados exigidos por outras crianças e adolescentes, são classificados como Crianças e Adolescentes com Necessidades Especiais de Saúde. Por essas características, são acompanhados com mais frequência nos serviços de saúde secundários e terciários. A Atenção Primária à Saúde, no entanto, representa uma importante aliada no cuidado prestado a essas crianças e adolescentes, dada sua potencialidade de ampliar a resolutividade e o impacto no processo saúde-doença. Nesse sentido, os profissionais da Atenção Primária à Saúde necessitam conhecer tal clientela para direcionar seus saberes e práticas. Assim, o presente estudo teve como objetivo geral descrever os saberes e as práticas dos profissionais nos serviços de Atenção Primária à Saúde relacionados às demandas de crianças e adolescentes com necessidades especiais de saúde. Estudo de abordagem qualitativa, apoiado no quadro teórico da Atenção Primária à Saúde, com análise de dados do tipo temática indutiva, realizado com profissionais de saúde da rede básica de um município do estado de São Paulo. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas abordando questões relacionadas ao acompanhamento de crianças e adolescentes com necessidades especiais de saúde nas unidades de saúde. Participaram do estudo 37 membros de equipes de saúde: agente comunitário da saúde (13), auxiliar de enfermagem (6), clínico geral (1), dentista (3), enfermeiro (6), farmacêutico (1), médico de família (3), nutricionista (1) e pediatra (3), sendo 25 profissionais (67,6%) de Unidades Saúde da Família e 12 profissionais (32,4%) de Unidades Básicas de Saúde. O material empírico foi organizado ao redor de três unidades de sentido: características de crianças e adolescentes com necessidades especiais de saúde, identificados mediante a presença de deficiência física ou cognitiva, dependentes de outra pessoa para o seu cuidado ou que necessitavam de atenção diferenciada da equipe de saúde; o cuidado de crianças e adolescentes com necessidades especiais de saúde na Atenção Primária à Saúde, com destaque para a infraestrutura inadequada das unidades; dificuldade de se trabalhar em rede e a descontinuidade do cuidado de crianças e adolescentes com necessidades especiais de saúde pelos serviços e lacunas na formação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde, abordando o conhecimento insuficiente para o cuidado desta clientela. Também foram identificados os atributos da Atenção Primária à Saúde, sendo que a falta de coordenação das redes de saúde prejudicou o acompanhamento dessas crianças e adolescentes pelos serviços de atenção primária, levando-os ao atendimento desnecessário nos outros níveis de atenção. Os resultados do estudo podem contribuir para construção de novos conhecimentos no planejamento de estratégias e ações voltadas para crianças e adolescentes com necessidades especiais de saúde no âmbito da atenção primária, a fim de qualificar a assistência prestada.