Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Kisa Valladão |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-08032023-161924/
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Resumo: |
A violência não é um fenômeno recente e atinge múltiplas áreas de conhecimento, o que demanda esforços devido a sua complexidade e consequências diretas e indiretas na sociedade. A Atenção Primária à Saúde (APS), por sua vez, por situar-se o mais próximo do território de vida e trabalho das pessoas atendidas é um espaço sujeito a violência, sendo os profissionais de enfermagem os mais susceptíveis para a sua ocorrência, visto que estes possuem maior contato com pacientes, acompanhantes e também com profissionais da própria equipe. Nesse sentido, este estudo possui como objetivo geral analisar a violência no trabalho dos profissionais de enfermagem no contexto da APS. Quanto aos específicos, almejou-se compreender os tipos de violência presentes no trabalho dos profissionais de enfermagem; analisar as estratégias construídas pelos profissionais de enfermagem frente à situação de violência e analisar as interferências da violência considerando a saúde física, social e mental dos profissionais de enfermagem. Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória com abordagem qualitativa que se utilizou alguns conceitos do Movimento Institucionalista. A pesquisa foi realizada em três Unidades Básicas de Saúde (UBS), sem a presença de Agentes Comunitários de Saúde, localizada no município de Ribeirão Preto, interior do Estado de São Paulo. Participaram do estudo onze profissionais da enfermagem, sendo três enfermeiras, cinco técnicos e três auxiliares. Para a coleta de dados, foram aplicadas entrevistas semiestruturadas, com questões abertas e fechadas; roda de conversa; diário de campo e observação participante. As entrevistas e roda de conversa foram gravadas e posteriormente transcritas na íntegra. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob nº do parecer 4.929.102 e CAAE 49693321.00000.5393. Os dados foram analisados e emergiram quatro categorias. Os resultados foram apresentados em quatro categorias: tipos de violência e agressores sob a ótica dos profissionais da enfermagem; as causas da violência apontada pelos profissionais; estratégias e manejos frente à violência; consequências e interferências da violência no ambiente de trabalho. A violência psicológica do subtipo verbal por parte do usuário foi o tipo de violência mais presente no relato dos participantes, sendo considerada como um analisador, pois revela os conflitos e contradições das unidades estudadas e nos permitiu analisar o funcionamento dos serviços de saúde na APS, visto que a falta de consultas médicas foi o principal problema identificado. Mediante as estratégias utilizadas, não houve notificações compulsórias e a gerência e o tráfico de drogas no bairro foram apontados como motivos para a subnotificação. Para a prevenção ou controle da violência os profissionais se mostraram pouco protagonistas do cenário experienciado. Os resultados apontam, ainda, que os diferentes tipos de violência interferem na qualidade do atendimento e na saúde dos profissionais de enfermagem que buscam afastamento das situações. Assim, a violência é um fenômeno presente na rotina de trabalho dos profissionais de enfermagem abordados neste estudo, tendo em vista que todos os entrevistados sofreram violência que impactaram a saúde e a qualidade do atendimento ao usuário e relações na equipe. O referencial contribuiu para elucidar aspectos da violência nas UBS. |