Efeitos da terapia probiótica com Bifidobacterium animalis subsp. lactis HN019 em ratas prenhes com periodontite experimental: estudo microbiológico, histomorfométrico, histopatológico, imunológico, microtomográfico e bioquímico

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Nobre, Átila Vinícius Vitor
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Bifidobacterium; Gravidez; Periodontite; Periodontitis; Pregnancy; Probióticos; Probiotics
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58132/tde-23102023-141328/

A relação entre periodontite (PD) e disbiose polimicrobiana nos desfechos adversos da gravidez vem sendo investigada na literatura e cada vez mais se tem buscado alternativas ecológicas para o tratamento de doenças periodontais (DP), devido seu reconhecido efeito sistêmico. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da PD na gravidez e se a administração sistêmica do probiótico Bifidobacterium animalis subsp. lactis HN019 (B. lactis HN019) promoveu efeitos benéficos na PD experimental em ratas prenhes. Foram utilizadas 48 ratas e divididas nos seguintes grupos: C (controle), PROB (probiótico), DP (periodontite induzida por ligadura + gavagem de Porphyromonas gingivalis diariamente por 15 dias) e DPxPROB (periodontite + probiótico). A suplementação com B. lactis iniciou-se 3 semanas antes do protocolo experimental. O dia 0 foi estabelecido pela confirmação da prenhez. A PD foi induzida no 4° dia gestacional e ao 19° dia, a pressão arterial (PA) invasiva foi aferida e os animais, eutanasiados. Foram coletados fetos, placentas, ligaduras, biofilme oral, urina, soro, hemi-mandíbulas, intestino e rins, para avaliação dos seguintes parâmetros: 1) pesos materno, dos fetos e das placentas; 2) microbiota oral (checkerboard DNA-DNA hybridization); 3) proteinúria e creatinina na urina (análise bioquímica); 4) concentração de nitrato/nitrito plasmático (análise bioquímica); 5) expressão de metaloproteinases-2 e -9 da matriz na placenta e no soro (zimografia); 6) microarquitetura e volume ósseo (microtomografia computadorizada por transmissão de raios X); 7) níveis de inserção conjuntiva (NIC) em tecidos periodontais, altura de vilosidades (AV) e profundidade de criptas (PC) em tecidos intestinais (duodeno e jejuno), espaço da cápsula de Bowman (CP), circunferência da CP, circunferência glomerular (CG) e diâmetro glomerular (DG) em tecidos renais (análise histomorfométrica). Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística (p<0,05). Foi observado que a PD causou malefícios na prenhez pela expressão aumentada de proteinúria, creatinina e razão proteína/creatinina na urina, aumento de porosidade óssea, separação entre trabéculas, porcentagem de área sem osso em área de bifurcação (AB), NIC interproximal, espaço da CB, circunferência da CP, EG e DG, bem como menor volume ósseo em AB e espessura e número de trabéculas ósseas, comparados ao grupo C (p<0,05). A administração sistêmica de B. lactis HN019 mostrou valores intermediários no volume ósseo em AB, porosidade óssea, espessura de trabéculas, NIC e todos os parâmetros renais analisados em comparação ao grupo C (p<0,05). Dentro das limitações deste estudo, podemos concluir que a disbiose da microbiota oral e intestinal promovida pela PD gera efeitos negativos locais e sistêmicos na gravidez e que o uso sistêmico de B. lactis parece promover um efeito protetor na perda óssea alveolar e integridade dos tecidos renais.