(Des)enCAPSulando: os agentes comunitários de saúde e o cuidado da pessoa com transtorno mental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Taniguchi, Talita Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-18102018-083105/
Resumo: Introdução: A reforma psiquiátrica e a desinstitucionalização objetivam um tratamento em saúde mental de base territorial. Alinhados a uma proposta de saúde baseada na descentralização, temos no Brasil o Sistema Único de Sáude (SUS) e a Estratégia Saúde da Família (ESF), que tem no Agente Comunitário de Saúde (ACS), o profissional mais próximo do território, casa e rotina destes usuários. Objetivo: identificar aspectos que influenciam o atendimento de pessoas com transtornos mentais pelos Agentes Comunitários de Saúde, a partir de suas experiências. Métodos: Foram realizadas 4 sessões de grupos focais com o total de 27 ACS de 4 Unidade Saúde da Família (USF) diferentes. Um roteiro semi estruturado norteou as discussões que tiveram seus áudios gravados, transcritos, categorizados por temas e analisados através da metodologia de análise de conteúdo, proposta por Bardin. Resultados: Foram identificadas sete categorias temáticas: articulação e construção da rede; acolhimento, acompanhamento e orientação dos pacientes; educação permanente; respaldo, reconhecimento e estrutura; medo; visão antimedicamentosa; e responsabilidade das famílias. Como aspectos que dificultam o atendimento dos casos de transtorno mental, identificamos um processo falho de cadastramento dos casos, o que facilita a desestabilização do quadro; casos em crise que colocam o ACS em situação de risco; falta de apoio matricial e trabalho em rede. Como aspectos que facilitam o atendimento dos casos de transtorno mental, apareceram a visita compartilhada e educação permanente. Como propostas de enfrentamento, no ambiente da ESF foram propostas: reuniões semanais de equipe; vagas para casos de demanda espontânea; e prontuário da casa, mas com cadastro de cada indivíduo. Também enquadramos aspectos referentes à integração com outros equipamentos de saúde, como aumentar o número de visitas compartilhadas e implantar o apoio matricial. E por fim, as propostas relacionadas à reunião de rede intersetorial, que iria ao encontro da educação permanente. Conclusão: Olhar para o contexto das ações, pensar em inserção social através da reabilitação psicossocial e promover tratamento territorial em saúde mental, continua sendo um desafio. Apesar do distanciamento que ainda existe entre as políticas públicas e as práticas no SUS, as propostas de enfrentamento podem colaborar para a efetivação de um SUS com maior qualidade.